Vozes da Alma

Capítulo I


Vigaristas do Espírito

O "facebook" UM MUNDO MARAVILHOSO E UM PARAÍSO

Um Mundo de pessoas boas, amorosas simpáticas, "amigos (as)" que nem o verdadeiro nome ou origem sabemos e que fazem parte do nosso dia a dia, minando, sem que dêmos conta, a nossa opinião, o nosso bem-estar, e fazendo com que tenhamos até outras preocupações mais sérias. Já para não falar de outros sentimentos mais nobres, contribuindo para que, o que poderia ser uma paz e um lazer, ser transformado lentamente numa constante insegurança, ansiedade e inquietação.

Chamam-lhe amizades, àquelas "figuras" que, quer interajam ou não, pertencem aquele grupo restrito que consta da lista de cada um, como se soubessem o que realmente isso é, porque o conceito é amoroso e agradável. Talvez até seja, mas rodeado de tudo, menos do que na verdade ele tenta representar, a amizade. Mas, a amizade é muito mais do que isso, é tudo que foge a uma realidade perversa e mórbida e interesseira, enraizada nesta rede social, cada vez mais viciosa e indecorosa.

É sempre de bom-tom e tem até um certo cariz de vaidade, conhecer certas e até determinadas pessoas ou individualidades, quer da política, do "showbiz" e até mesmo das "passerelles" ou do Mundo da fama, onde se enquadram os decadentes políticos, os pseudointelectuais, os intitulados escritores, gente das mais variadas facções religiosas ou ideológicas, apresentadores de televisão, ou atrizes/actores de teatro ou cinema, na sua maioria gente sem princípios próprios para dar lições de moral, servindo-se apenas da sua condição, para influenciar os espíritos mais débeis e frágeis, conseguindo milhares de seguidores e de admiradores, nos seus blogues ou páginas sociais.

A todas essas "figuras", retirando os familiares e uma ou outra personagem que se conhece pessoalmente, por motivos profissionais ou pelo quotidiano da vida, eu chamaria, pura e simplesmente, de "adicionados". Sim, é verdade, custe o que custar, goste quem gostar, não passam disso mesmo, uns meros adicionados, dos quais só sabemos deles aquilo que, cada um quer ou convém que se saiba.

Um determinado dia descobrimos que, aquele poeta que só escrevia sobre o Amor, afinal nunca essa virtude praticou, nunca foi amado ou amou ou, aquela figura formosa, elegante e agradável, que vem dar conselhos de educação sobre as crianças, afinal nunca pariu, nem foi pai ou mãe. Então ficamos chocados, tudo desnecessariamente, pois atingimos e acarinhámos expectativas demasiado elevadas relativamente a essas pessoas que, apenas não passam de bem-falantes e tiveram a sorte ou a desgraça de poder apresentar e opinar sobre um tema do género.

Não se pretende com isto dizer que esta rede social seja apenas e só, degradante ou maleficente e, tão-somente verificar, em análise, aquilo que em verdade, ela representa. Pelo que, deveremos ter em conta a vida privada de cada um, porque quando qualquer ser vivo abre a boca, nada de grave acontece, o mal está quando a fecha. Mas, quando qualquer boca se abre, ela nunca poderá permanecer eternamente escancarada.

Não querendo ainda comparar esta rede social a um submundo cruel e perigoso, a realidade é que, serve muitos fins, diferentes do que a grande maioria das pessoas imagina. É o coscuvilhar das vidas alheias, é a crueldade e a violência de algumas publicações, é o incentivo a determinadas atitudes, é o influenciar das mentes, é o engate sempre latente, apesar de dissimulado em simpatia, assim como muitas influências de opinião e controlo de mentalidades.

Se nada disto é considerado perigoso e parece ser inofensivo e até divertido, aconselho a terem mais cuidado com tudo o que aparece, quer aqui, quer noutras redes sociais do género. Muita atenção e precaução com as gentes e oportunistas que se se servem de vós e das vossas fraquezas, para conseguir os desejados intentos. As cobras deixam e mudam de pele, os lobos vestem-se com a pele das ovelhas, os tubarões assemelham-se a golfinhos e os vigaristas aparecem vestidos de cavalheiros.

Hoje todos defendem os animais, não que seja apenas pela mera bondade, mas sim e também, pela vaidade, pelo ócio e gozo e ainda pelo que se considera "politicamente correcto". É de facto louvável esta condição e determinação, não fosse o revés da medalha e, esse revés é bem mais grave do que o abandono do "bobi" ou do "tareco", que é a renúncia continuada aos idosos, dos construtores do nosso futuro, na maioria das vezes atirados para o lado, para a chamada valeta, esgoto e desprezo. Isso sim, é errado e um verdadeiro crime. Pouco se fala ou defende por aqui esses anciãos que tudo por nós fizeram, quanto e quanto ainda podiam, pois, não é chique, não dão para passear à trela pelos jardins ou parques urbanos, como agora os políticos vaidosamente lhe chamam.

Não são lamúrias ou queixumes, o que acabo de escrever, mas sim um simples alerta e um amigável conselho, o qual pretendo deixar aos cérebros mais incautos e pretensiosos, que insistem em deixar andar e olvidar, sem se preocuparem com as mais alarmantes, reais e verdadeiras situações que, a cada ano que passa, mais se apresentam e atravessam no nosso caminho, perpetuadas por esse bando de "vigaristas do espirito", despidas de dó e piedade, sem que as pessoas consigam, per si, ter a inteligência suficiente, para separar o trigo do joio e o bem do mal.

© Afonso Domingues

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