Sociedade Nefasta

Capítulo I


Civilizações

      Como em tudo, no dia-a-dia, na vida, todos os povos, desde os meandros da civilização tentam dar o melhor aos seus cidadãos. Uns governados por imperadores, ou reis, ou presidentes, até por chefes de tribo, ministros ou outros, fazem tudo para serem superiores aos seus vizinhos ou adversários, usando a ganancia do poder e muitas vezes o jogo sujo para levar a cabo os seus intentos.

      Apesar das diversidades lógicas ou da sua localização geográfica, a verdade é que o instinto animal do ser humano está bem latente nas suas atitudes ou gestos. Um pequeno País como Portugal, geograficamente privilegiado, como muito poucos países, poderia ser com um "Paraíso na Terra", se fosse ele bem governado.

      Este Portugal foi um local de passagem, quer de povos curiosos, quer de povos invasores, uns melhores e outros menos organizados. Mais tarde, passa de uma terra invadida, a um reino conquistador e posteriormente, a um País descobridor, contribuindo, desta forma, para o enriquecimento da Europa e para o alargamento dos conhecimentos entre os povos, de outras raças e credos, de outras paragens continentais e oceânicas.

      E de cada vez que este Povo, à beira mar plantado e de Lusitano apelidado, conseguia alguma fonte de rendimento ou de enriquecimento, as riquezas e os tesouros então amealhados, eram logo de seguida esbanjados, pelos governantes sucessores. Assim foi ao longo dos séculos e, com a história, nada se aprendeu, repetiram-se os mesmos erros, e sempre cometidos da mesma forma, quer na monarquia, quer na republica.

      Geralmente culpam-se os governantes, pelo desaire de um povo ou país independente, mas, na realidade o principal culpado é o povo, que, em geral tem uma ganancia igual à de quem o governa. Não fosse esse mesmo povo, desunido, hipócrita e vaidoso, a permitir ser burlado, quando autoriza, repetidamente que esses mesmos corruptos o continuem a governar. 

                                                                                                                     © Afonso Domingues

O que a vida te deu

A vida foi-nos dada de uma forma maravilhosa, ninguém o pode negar. Tudo foi feito na perfeição. Umas vezes com paixão, outras sem amor e outras, infelizmente, com muita dor, mas sempre com muita emoção.

Não maldigas a tua vida, esse bem maravilhoso. Nunca te arrependas de ter nascido, porque já muitas alegrias deste sem sequer o saber.

De entre amores e desamores, com certeza alguém ou algum te marcou mais, quer pelo amor que te deu, quer pela desilusão que te causou. Mas, a verdade é apenas uma, no momento era o que melhor tinhas e nada melhor pensavas então alcançar.

Um dia olharás para trás e verás que, tudo que fizeste não foi em vão e se, nada te acrescentou, também nada te diminuiu. Se foi bom, foi aproveitado, se foi mau, beneficiaste do erro, arquivaste a lição e ainda somaste à experiência.

Nunca exijas riquezas ou fortunas pessoais, pois essas, nunca te trarão a plena felicidade, mas pede a riqueza dos valores que ninguém consegue ou pode comprar. Então esses sim, far-te-ão feliz.

Chegará a hora em que poderás transmitir teus ensinamentos aos mais jovens e, nessa altura, recordarás os bons e os maus momentos e, só com enorme esforço, não chorarás, mas sem dúvida que pelo menos uma lágrima verterás.

Bem-aventurados os que recebem instrução e ensinamentos, pois na maioria dos casos, as pessoas aprendem com a própria vida, com os erros e com os êxitos. A vida não é um teatro, não há ensaios, tudo tem de ser feito no momento em que a dificuldade surge e, de improviso, ela tem de ser contornada ou ultrapassada.

Há quem diga que a vida é curta e que a devemos aproveitar, mas a vida é encurtada por nós, que não a sabemos aproveitar. Saber gerir a vida é uma prova de inteligência, podemos estimar e preservar a vida da melhor forma, ou, apenas desperdiça-la e então encurta-la. A decisão é sempre nossa, temos o livre arbítrio para decidir o que fazer á nossa própria vida, uma vez que ela nos pertence.

Poderemos dizer simplesmente, em forma de desculpa que, não temos e que nunca tivemos sorte, como outros tiveram. Podíamos igualmente refutar essa opinião, dizendo que "a sorte protege os audazes", embora o proverbio não seja exacto ou matemático, no entanto, não restarão dúvidas que temos de fazer pela vida, temos de fazer algo, é necessário lutar, fazer um esforço para alcançar os mais recônditos objectivos, por nós alguma vez imaginados ou sonhados.

A sociedade em geral, preocupa-se demasiado com a imagem que transmite aos outros e, muito pouco, ou, nada em transmitir consolo ou apoio incondicional aos semelhantes, e isso, também seria bem visto na sua generalidade e seria igualmente um passo largo e seguro para um melhor entendimento entre as pessoas.

Que não se riam mais e nem menos os incautos e os perversos, pois esses, um dia olharão para o passado e reconhecerão os seus erros e as demais atrocidades que cometeram ou deixaram acontecer. Será muito tarde para corrigir os erros e compensar as vítimas, apenas lhe restará o arrependimento, a lamuria e o pesar na consciência.

Como diria o mais exigente, sem piedade nas palavras que profere, que "as desculpas, não se pedem, evitam-se", não só está a ser peremptório, como está a tentar evitar embaraços futuros, zelando para que as coisas sejam infalíveis, como se o errar não fosse comum na essência e natureza dos mortais. Mas, a sua forma ríspida não deixa, porém, de ser um ensinamento e um alerta, para afastar os tão indesejados arrependimentos.

Não há o ser humano perfeito, todos os seres humanos tem defeitos e virtudes, mas em suma, podemos fazer com que, por mais ou menos tropeções que a vida nos apresente, a nossa vida seja exemplar, começando em primeiro lugar, por gostar de nós próprios e, mais tarde gostar um pouco dos outros, principalmente dos conhecidos e dos que nos rodeiam, praticando a justiça e a igualdade, quer nos pensamentos e ideias, quer nas atitudes que possamos vir a tomar, quando o poder de decisão, depender exclusivamente de nós.

A vida é uma criação maravilhosa, disso já não restam dúvidas. Assim, pratiquemos o ofício do bem-querer, com emoção e paixão e sempre com muita atenção. Sejamos tudo que pudermos, sem espezinhar ou prejudicar ninguém. A vida é bela, o ser humano não é digno de dar cabo dela.

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          © Afonso Domingues

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