Instantes

Capítulo III


Poesias Soltas

SERÃO SEM SONHOS

A noite entristece-me a alma
Nada me conforta ou acalma
Culpa-me pela vida que não vivi
Desde esse dia que fiquei sem ti

Suplicas juízos que já não tenho
Ou loucuras que eu desdenho
Sopras-me amores que já lá vão
E apontas-me ironias sem razão

Atira-me à cara beijos que não dei
Ou ainda os outros que te roubei
Sonho-me refém das emoções
Despido de glórias e sem razões

Sem teu sorriso e sem esperanças
Viverei descalço nestas andanças
Serei uma vida de socalcos feridos
Recordando momentos vividos

Concede-me os desejos que te pedi
Desde aqueles tempos que eu vivi
Vem socorrer a minha saudade
E morar em mim nesta eternidade

© Afonso Domingues


MEU DOCE APOGEU

Foste chama do fogo que aquece
E nesta cama sem ti que arrefece
Eu tento desistir de te sonhar
Mas as memórias teimam voltar

Fecho os olhos e vejo sorrisos teus
Dar-te um beijo são desejos meus
Sacudo da mente os pensamentos
Defronto recordações e momentos

Neste bosque sem saber que fazer
Não vejo refúgio para me esconder
Perdido no riacho de cristalina água
Encontro no meu coração a mágoa

Esperançado nos trilhos do desatino
Aguardando por um milagre divino
Na razão tolhida sem causa ou razão
Só pretendo alcançar a minha paixão

Apenas e simplesmente porque sim
Motivo para te tocar e te ter em mim
Alcançar-te no auge do doce apogeu
Oferecer-te tudo que o desejo me deu

© Afonso Domingues


DANÇAS DE PAIXÃO

Toldaste-me de desejos e de razões
A minha alma encheu-se de canções
E num manto de carinhos e certezas
Coloquei de lado o som das tristezas

No Sol brilhante que ilumina o mar
Senti esperanças e desejos de amar
Cavalguei por tempestades e marés
Permaneci sempre fiel aos teus pés

Travei duras batalhas e colhi glórias
Quadros coloridos e doces memórias
Abri um baú e guardei as recordações
Separei os meus desejos das emoções

Atirei pedras à água e vi as saudades
Como reflexo num lago de verdades
Olhei o céu e vi as estrelas cintilantes
Dançavam as melodias dos amantes

Serão poesias e delírios dum soldado
Digno refém num espírito apaixonado
Quero seguir o palpite do meu coração
Ser prisioneiro dos sonhos e da paixão

© Afonso Domingues


DESTINO APAIXONADO

Seja suave e doce o que vem por bem
Que seja amor para os que o não tem
Ciúmes e maldizer nada nos aumenta
Se não vem por bem nada acrescenta

Serei os sonhos em que tu acreditas
Sem incertezas ou suspeitas malditas
Os carinhos fluam a ternura também
Vamos ver de onde esta paixão vem

Tenhamos paz pra cultivar harmonia
Eu só quero tudo que sonhei um dia
Os dois juntos vamos partir e velejar
Receberei os afectos que me vais dar

Vamos nus correr e dançar ao vento
Já não tenho idade pra perder tempo
Eu não desejo ser o mau nem o vilão
Apenas pretendo cativar teu coração

Observei o Mundo e vi nosso destino
Revelava meus devaneios de menino
Sustentei na alma a fera aprisionada
Carente dos sonhos mas apaixonada

© Afonso Domingues


DESATINOS D´AMOR

Outrora soprei melodias aos ventos
E colhi os desamores doutros tempos
Desenhei prosas e declamei poesias
Para encher de amor as almas vazias

Arremessei pedras aos céus estrelados
Acertei na razão de telhados passados
Jamais pretendi semear tempestades
Nem alimentar a fogueira das vaidades

Terminei só num atropelo de emoções
Desconhecendo os motivos e as razões
Sonhei sorrir pela rua qual alma gentil
Esconder-me da maldade e de gente vil

Já senti na alma os açoites do desdém
Saí dessa arena ferido e sem ninguém
Colhi perguntas nas pedras da calçada
E chorei noites a fio pela minha amada

Hoje alegro-me com sorrisos e canções
Imagino no tempo o ruído das paixões
Recordo sensações e desatinos d´amor
Caminho pelo jardim e apanho um flor

© Afonso Domingues


MIRAGENS DE PAIXÃO

Desperto numa cama desconfortável
Noutra manhã gélida como intragável
O rei Sol decidiu meter férias e viajou
Vejo-me ao espelho e não sei quem sou

Ergo-me num marasmo sem certezas
Vejo o horizonte esfumar-se em tristezas
Sofrido arrepio na alma que desata torpor
Sinto aquele alento que implora por amor

Teimoso é aquele que acredita cegamente
Alma singela e outrora ingénua e crente
Os desígnios estão a remar contra o vento
Ignorando as circunstâncias e o momento

O retorno são meros reflexos das acções
Penso no passado e descubro emoções
Quem segue o coração e contraria a mente
Um dia vai sofrer desilusões certamente

A lisonjeira visão é como mar de ilusões
Numa paixão pérfida e despida de razões
O amor foi uma miragem e um fadário
Ou talvez contas e sonhos doutro rosário

© Afonso Domingues


SENSAÇÕES IMAGINADAS

Desperto só em delírios e emoções
Ensopado em desejos de mil razões
Num pensamento vislumbro-te nua
Em sonhos e fantasias à luz da Lua

O Sol nasce e afaga-nos de carinhos
Com as almas e os corpos juntinhos
São pintarroxos a enfeitar o quintal
Cantando naquele devaneio matinal

Eu sinto que te vais em cada instante
No teu respirar mais frouxo e distante
Sacudo de mim tão vis pensamentos
Recordando apenas doces momentos

Eu aconchego-te nos lençóis de cetim
Enroscados naqueles abraços sem fim
Não vou permitir que te vás embora
Ficarás comigo onde o coração mora

Emoções que também vivo acordado
São luxúrias naquele palco imaginado
Saboreio sensações que não esqueço
Viro-me para outro lado e adormeço

© Afonso Domingues


DOI-ME A ALMA

Correm rios cheios de emoção
Fraquejam as pernas e o coração
Dói-me a alma frágil e imensa
Numa dor impiedosa e intensa

Rogando por ti desesperadamente
Num pranto silencioso de gente
Quando preciso de um sorriso teu
Um doce carinho pra juntar ao meu

Porque dizes que não me amas agora
Quando o teu amor ainda cá mora
Recorre às lembranças e momentos
Não sejas cruel com os sentimentos

As insónias envolvem-me facilmente
O sono fica louco e foge de repente
Fico ao sabor da noite e da escuridão
E os sonhos só me carregam de ilusão

Corroem-me as entranhas este viver
Daria mil voltas ao Mundo para te ter
Definho sem ti em cada momento
Porque não me sais do pensamento

© Afonso Domingues


DÁDIVA D´AMOR

Vou à janela e ao longe avisto o rio
Vejo passarinhos a chilrear de frio
E dou azo aos meus pensamentos
Quero repetir os doces momentos

As nuvens somente deambularam
E não se zangaram nem choraram
E a alegria inunda-me de emoção
Reapareceu o Sol no meu coração

Viverei brumas e sombras sem fim
Se tu te afastares e fugires de mim
Eu serei o teu guardião e protector
Transmitindo-te meu afecto e calor

As plantas continuam-me a sorrir
Com belas pétalas de rosas a abrir
A harmonia trouxe a luz da razão
Ombreando com carinho e paixão

O tempo virá repleto de felicidade
Não teremos fronteiras nem idade
Desejo brindar-te com meu fervor
Para sustentar esta dádiva d´amor

© Afonso Domingues


FALTAS-ME

Adormeci numa cascata de pensamentos
Vi-te tão bela a olhar-me por momentos
Ganhei coragem e pedi-te um beijinho
Mas nem em sonhos recebi teu carinho

Trepei a minha árvore das recordações
Colhi muitos carinhos e doces emoções
E embalei tudo com um perfeito lacinho
Para te enviar num abraço apertadinho

Penso em ti a cada instante e momento
Não me sais da ideia nem do pensamento
Sinto a minha alma nostálgica e carente
Preciso de ti a toda a hora e eternamente

Quero estar junto a ti o quanto eu puder
E apertar-te no meu peito quando quiser
Saborear o melhor que nos der esta vida
Sem conhecer a desistência ou a partida

Nem quero imaginar que te posso perder
Tiravas-me a vontade de existir e de viver
A tua distância e ausência são a minha dor
Faltas quando penso em ti e no teu amor

© Afonso Domingues


É MARAVILHOSO AMAR

Chegou a noite e com ela veio o luar
Escutámos baladas e vimos o mar
As misteriosas sereias cantavam à Lua
Abracei-te docemente singela e nua

Vivemos os limites do ontem e do agora
Tu abriste uma caixa de pandora
Entraste nos meandros da minha emoção
E ofereceste esperança ao meu coração

Eu pretendo que vivas meus devaneios
Afastes tuas inseguranças e teus receios
Sacudas os pensamentos e vivas a paixão
E venhas entender a luz da minha razão

Desejo escrever em ti a palavra Amor
Preencher a alma de êxtase e de cor
Gravar na minha memória cada beijo teu
Sentir o calor do teu corpo colado ao meu

Eu quero-te na minha vida unicamente
Para te ter a meu lado e eternamente
Brindar-te com tudo o que te puder doar
Porque também é maravilhoso amar

© Afonso Domingues


MEU AMOR É TEU

Carrego no peito esse desejo de ti
Começou desde que te conheci
Já vives em mim constantemente
Habitas a minha alma e minha mente

Os sonhos agudizam a minha paixão
Nunca te deixarei sair do meu coração
Tu vais e vens como as ondas do mar
Mesmo assim viverei para te amar

Que me importam as ladainhas vãs
Ou aquele desmesurado coaxar de rãs
Os meus desejos são puros e sagrados
Crescem no espírito dos apaixonados

Ambiciono um dia levar-te comigo
Serei teu conforto e teu ombro amigo
Quero ver-te a sorrir de felicidade
Beijar-te nos lábios até matar a saudade

Aguardo que passe o gelo e o mau tempo
E que tu interpretes o meu pensamento
Desejo que venhas comigo e sejas minha
Porque o meu amor é teu Princesinha

© Afonso Domingues


IGNIÇÃO DA MINHA EMOÇÃO

Tu não és chuva nem és vento
És uma leve brisa de pensamento
Fazes-me recordar o mar imenso
Nesse teu olhar tão suave e intenso

Não serás abandonada ou esquecida
Musa e esbelta mulher da minha vida
Um rosto nobre num sorriso perfeito
São a tua sensualidade e o teu jeito

Espelho-me em ti em cada instante
Minha terna parceira e doce amante
Nesse paradigma singelo de menina
Preenches-me com a tua pureza divina

Revejo em ti uma mélica admiração
Mostras-me a realidade e a razão
És como um arco-íris de luz e de cor
Fazes-me sentir o carinho e o Amor

Carrego em mim tua eterna lembrança
É como um legado ou uma herança
És a ignição da minha vigorosa emoção
Uma digna guardiã do meu coração

© Afonso Domingues


MUNDO IMPIEDOSO

Não me dói o meu corpo entorpecido
Ou algo que eu já me tenha esquecido
São simples lembranças e recordações
Momentos de entusiasmos e emoções

Somente sinto o desgosto do cansaço
É uma falta daquele carinho ou abraço
Se um dia a minha amada me esquece
A minha alma desmoraliza e entristece

Preciso sentir calor no aconchego dela
Andar pela rua de mãos dadas com ela
Isto é o meu frágil coração que suspira
Neste mundo impiedoso que ma retira

Adoro aquele jeitinho de doce princesa
Quando o olhar mostra amor e certeza
É apenas o sinal de ternura e confiança
Que transmite a emoção e a esperança

Desejo-a vê-la a sorrir sublime à janela
Sempre encantadora e tão doce e bela
Satisfaze-la com muito afecto e paixão
E guarda-la no íntimo do meu coração

© Afonso Domingues


ABRO MEU CORAÇÃO

Eu visto-me com a cor da alegria e danço
Calço-me com tudo que avisto e alcanço
Atravesso o mar e vejo o Mundo infinito
Vejo uma praia num areal belo e erudito

Até as sereias clamam por mim e choram
Desejam escutar esta poesia que adoram
Experimento doces carinhos na passagem
Atravesso o rio e alcanço a minha margem

Revejo as nossas lembranças e momentos
E lanço meus pedidos e reptos aos ventos
Continuo a viajar nos sonhos em que vivo
Alcançar nosso amor é a razão e o motivo

Preciso de ti eternamente e colada a mim
Sentir o calor da tua pele sedosa e carmim
As minhas saudades aumentam a cada lua
Procuro teu sorriso em cada janela da rua

Avisto um brilho de felicidade no horizonte
Absorvo a porção dos desejos na tua fonte
Vou na tua direcção e abro o meu coração
E transmito-te num abraço a minha paixão

© Afonso Domingues


AMOR E UMA CABANA

Eu sou como um solitário vagabundo
Refém do maior amor deste Mundo
E tal como um passageiro proscrito
Viajo solitário num universo infinito

Desenho o carinho na palma da mão
Faço da minha vida uma doce paixão
No peito vai o nome da minha amada
Sempre deliciosa e linda apaixonada

Jamais vou partir sem a levar comigo
Tê-la num abraço seu porto de abrigo
Beija-la sem aviso e sem haver razão
Aperta-la em mim e sentir o coração

Viver a seu lado é uma brisa sonhada
Passear ao fim da tarde pela enseada
Percorrer o longo areal de mão dada
E poder cariciar a sua pele bronzeada

Leva-la a observar as estrelas e o luar
Juntos naquela cabana à beira do mar
Transmitir-lhe muito carinho e fervor
Poder assim reconquistar o seu Amor

© Afonso Domingues


VEM FICAR A MEU LADO

Eu que espantei o teu amor de mim
E vivo de arrependimentos sem fim
Escuta o que eu te escrevo em verso
O que sai deste espírito controverso

Trocarei esta minha atitude ingrata
Por esta triste solidão que me mata
Serei tudo o que a tua vida desejar
Apenas para te ter e te poder amar

Caminharei por serranias e montes
Atravessarei tempestades e pontes
Lutarei para recuperar a tua paixão
E reconquistar a tua alma e coração

Os sentimentos não foram abalados
Os desejos prosseguem imaculados
Neste incerto vaivém de ansiedades
A sinfonia de memórias e saudades

Perdoa minha estupidez desmedida
Só quero que fiques na minha vida
O nosso reencontro seja abençoado
Volta agora e vem ficar a meu lado

© Afonso Domingues


VEM A MIM PRINCESINHA

Até já a minha louca alma entendeu
Ter-te, passou a ser um sonho meu
São esperanças que ainda alimento
Jamais devaneios lançados ao vento

Eu por ti perdi a compostura e o juízo
Quando procurei em ti o meu Paraíso
Mas agora esvaziaram-se as vaidades
Só pretendo libertar-me das saudades

Foram anos de ternura e de dedicação
E não é simples esquecer tanta paixão
Hoje um sorriso sincero já me satisfaz
Para preservar tudo que ficou pra trás

Jamais exigi impossíveis ou sacrifícios
Nem promessas nem desejos fictícios
Sonhei transparência e cumplicidade
Coisas simples e tão distintas na idade

Volta e vem declamar a minha poesia
Vem receber o amor e sentir a magia
Experimentar cada momento do amar
Beijar ao por do sol e observar o mar

© Afonso Domingues


MEUS RECEIOS

Oh! Meu sorriso doce que já partiste
Dentro do teu coração tu nunca viste
Tanto amor que a minha alma enviou
Ou conheceste o homem que eu sou

Foste embora sem motivo e demora
Sem proclamares o tempo ou a hora
Saíste sem pudor ou contemplações
Jamais alguém entenderá tais razões

Roguei pragas ao vento que soprava
Enquanto na angústia me lamentava
No meu leito nu a chorar a minha dor
Fiquei despido de carinho e de amor

Fizeste-me sonhar poesias e canções
Concebeste-me fantasias e emoções
Despertaste-me ilusões e devaneios
E provocaste os meus piores receios

Esqueceste nossos risos e momentos
Atropelaste os afectos e sentimentos
Feriste mortalmente o meu coração
Esbanjaste a beleza da minha paixão

© Afonso Domingues


IMAGINEI-TE

Parece que já te amava sem te conhecer
Passaste a habitar uma luz no meu viver
Em ti bebi o frugal sortilégio da emoção
Como a cristalina fonte da minha paixão

Sonhei-te ainda antes de te poder olhar
Como se a alma já te pudesse adivinhar
Talvez o destino ou uma mera previsão
Flaches de luz no meio da minha ilusão

Foste desejo que conquistou o meu ser
Sorriste e tombei na teia do teu querer
Preencheste o que eu já havia sonhado
Como homem romântico e apaixonado

Entre olhares e sorrisos inconfundíveis
Ultrapassamos a cerca dos impossíveis
Livres dos grilhões e o cabelo ao vento
Percorrendo a pele dum corpo sedento

Como aquela claridade na noite de luar
Ou uma brisa refrescante junto ao mar
Despertaste em mim o amor e a razão
Mostraste a felicidade ao meu coração

© Afonso Domingues


LEMBRANÇAS INGLÓRIAS

Nasci pó e hoje sou água e sou ser
Na terra minha que me viu crescer
Tempos de outrora que magoaram
E minha alma e coração choraram

Visto-me de sorrisos e de simpatia
Artefactos de sinceridade e magia
Puras emoções difíceis de decifrar
Para mostrar o suposto bem-estar

Desfaço-me em luz e sentimentos
Colecciono emoções e momentos
Finjo que não vejo as demagogias
Escolho exibir prazeres ou alegrias

Vejo o desdém dum olhar distante
E não vislumbro quem me encante
Reviro as entranhas das memórias
E libertam-se lembranças inglórias

Eu serei tudo o que o amor quiser
No mélico coração daquela mulher
Amarei com toda a minha emoção
Numa alma de afectos e de paixão

© Afonso Domingues


SEGREDOS QUE VI EM TI

Passas como uma brisa no tempo
Ou como um beijo trazido no vento
No meu sonho de amar sem razões
Sem exigir limites nem condições

Os teus cabelos soltos e cintilantes
Um sorriso de pérolas e diamantes
São devaneios da minha liberdade
A exibirem o desatino e a saudade

É o teu olhar tão exótico e tropical
De chinesa ou de africana sem igual
Teus olhos rasgados e amendoados
A nossa dança de olhares trocados

Encantas-me com a tua delicadeza
Onde todo o teu coração é beleza
Acredito que és um amor-perfeito
E uma brilhante flor no meu peito

Não sou vidente e tão pouco vilão
Apenas sinto o teu afecto e emoção
Sustento na alma o que vejo em ti
Porque só eu sei os segredos que vi

© Afonso Domingues


CARINHOSOS OLHARES

No ar viajam os nossos sentimentos
Sedentos de loucura e de momentos
Através do vento voam os devaneios
Numa leve brisa de desejos e anseios

Pelo riacho correm águas cristalinas
No meu Mar são saudades genuínas
O meu coração abriga a luz da razão
E os únicos motivos da minha paixão

A tua inspiração despertou a magia
E fez de mim um guardião da poesia
Adormeço com o pensamento em ti
Desperto enlaçado no sonho que vivi

Recordo nossos afectos com alegria
E as outras caricias que a alma tecia
Eu preciso de ti para viver felicidade
E caminhar de mão dada pela cidade

Os lindos sorrisos que vejo são teus
Mas os carinhosos olhares são meus
E o nosso espírito projectou luz e cor
Quanto a alma reconheceu teu Amor

© Afonso Domingues


DESEJOS DO CORAÇÃO

Vem beber esta água refrescante
O meu desejo divino e incessante
Num maravilhoso toque de magia
Alimenta a esperança com alegria

E enquanto tua alma vai vibrando
Aquece o desejo em lume brando
Recebe um perfume em cada flor
Sente o meu chamamento e amor

Aceita uma doce brisa de frescura
Recebe um beijo da minha doçura
Sacode tudo que te faz entristecer
Vem abraçar quem te ama a valer

Não sou de pressionar as paixões
Cada alma contém as suas razões
E se não for quem tu desejas amar
Eu partirei por aquém e além-mar

Dá-me o teu conforto e a confiança
Quero mais do que mera esperança
Não me desiludas com a frustração
Não mates desejos no meu coração

© Afonso Domingues


ETERNIZAR PAIXÃO 

Loucura do pensamento não se mede
Oferece ao coração o que ele te pede
O que conquistámos é puro e genuíno
Ele já foi traçado nos astros do destino

Voltaremos à rua para cantar e dançar
Confiarei em ti até o céu tocar no mar
Um dos dois partirá sempre na frente
Mas o teu sorriso viverá eternamente

Não sei o que vejo em ti para te querer
Sei o que sinto, o resto não quero saber
Eu imagino que tu tenhas nascido mim
Para podermos viver um amor sem fim

Liberta o teu ser e eu serei teu abrigo
Sacode os teus grilhões e vem comigo
Envolve-te no brilho dourado do Luar
E vem daí graciosa donzela para amar

Desejo escutar a tua carícia silenciosa
Sentir o carinho da tua face amorosa
Respirar os teus deliciosos momentos
Eternizar a paixão através dos tempos

© Afonso Domingues


O DOM DE AMAR 

São biliões de pessoas com um dom adormecido
Sem o Amor, talvez não valha a pena ter vivido
Quando acorda, temos de abraçá-lo com o que temos
Devemos acreditar nos sentimentos que lemos

Os medos e receios são os nossos piores mentores
Perdem-se assim os nossos sonhos e os amores
E um dia só desejo dizer ao Mundo que eu vivi
Eu só quero amar porque foi para isso que eu nasci

As conquistas são feitas de riscos e na ponta da lança
E do nada não se cria, não se move e nem se alcança
A fórmula que usares hoje nunca será fútil nem vã
Teu modo arrojado mudará para sempre o teu amanhã

Não digas que amas, apenas e simplesmente, por dizer
Abraça os nobres sentimentos com o teu bem-querer
Transforma o espírito livre em alegria e em liberdade
Ilumina o teu ser com a luz da esperança e da saudade

Usa o teu dom de amar sem olhar a críticas ou a dizeres
Colecciona doces sorrisos e os teus desejos de viveres
É só seguires os caminhos que te indicam o coração
E carregar na alma uma saudável loucura de paixão

© Afonso Domingues


O AMOR FLUTUA

Caminho por uma encruzilhada astral
Onde o amor flutua solto e sem igual
Dá-me um espiritual motivo e a razão
Desvenda-me o que sonha o coração

Sacode os dourados cabelos ao vento
Dedica-me o teu carinho e teu alento
Deixa fluir em ti os desejos e emoção
Desperta em mim a ternura e paixão

Vem relembrar o nosso primeiro olhar
O apertado abraço antes de nos beijar
Viver agitações que o destino almejou
E sentir os prazeres que a vida sonhou

Transforma o meu desejo em certeza
Embriaga-me com teu sorriso e beleza
Espero-te com alma feliz e enamorada
Minha princesa e a minha doce amada

És a Musa que meus versos contaram
A inspiração que os poemas brotaram
Vem mergulhar rimas e ondas do mar
Liberta as tuas incertezas e vem amar

© Afonso Domingues


VEM SORRIR E AMAR 

Mareando uma vaga de desejos e anseios
Eis que vislumbro teus medos e os receios
Espero que confies na palavra do meu sim
E mantenhas sempre a confiança em mim

Nunca digo por dizer e nunca falo por falar
Meus sentimentos são nobres e para durar
Desejo ver-te nos sonhos do meu universo
Abraçar-te na luz da minha prosa ou verso

Oferece-me a tua amizade e cumplicidade
Vem sentir a vastidão da minha felicidade
As minhas ambições elegeram o teu olhar
Tão belo e magnífico como o céu ou o mar

Numa beleza singela teu saber ser e estar
Uma visão deslumbrante no meu recordar
Nossos passeios de mão dada na marginal
As minhas fantasias e devaneios sem igual

Aproveita o tempo de feição e a madrugada
Não tenhas temor e usufrui da vida sonhada
Permite que o brilho da tua alma possa voar
Deixa o teu espírito livre e vem sorrir e amar

© Afonso Domingues


PAZ NO MEU RIO 

Eu serei a chuva e eu serei o vento
Ou um simples passageiro do tempo
Trago na alma a tristeza e a alegria
Viajo na Terra sem truques de magia

Carrego na alma a beleza dos prados
E na bagagem a luz dos enamorados
Sonho e vejo um beijo apaixonante
E sinto a brisa duma paixão distante

Resta-me o afecto de quem me quer
Naquele doce desejo duma mulher
Abraçarei a felicidade pelo caminho
Brindarei aos deuses a cada carinho

Não sou homem de ficar estagnado
A minha resignação mora no passado
Já não quero saber o que o povo diz
Só desejo conquistar um futuro feliz

Preciso encontrar a paz no meu rio
Proteger a alma do perigo e do frio
Dispenso qualquer desdém ou dor
Quero conhecer o verdadeiro amor

© Afonso Domingues


TRISTE ENAMORADO 

Após eternidades de nostálgica solidão
Tentando descobrir as causas e a razão
Ia esquecendo o meu tormento e a dor
Depois de ter perdido tão grande amor

E já eu estava no meu canto sossegado
Vieste avivar o meu legado do passado
Quiseste falar dos afectos e momentos
Mexeste com minha paz e sentimentos

Apenas reacendeste saudades sem fim
E pouco tempo permaneceste em mim
Como chegaste assim também partiste
Deixaste-me as feridas que nunca viste

Somente pedi coisas simples sem exigir
E nunca ficaram promessas por cumprir
Dei tempo ao tempo em cada momento
Jamais lançaria os sentimentos ao vento

Sempre mantive preocupações contigo
Como homem íntegro e também amigo
Desprezaste o que eu tinha de sagrado
Quando já vivia confiante e enamorado

© Afonso Domingues


VIDA LOUCA 

Carrego no coração a mensagem da alegria
Sem olhar à crença ou à raça ou à ideologia
Eu nunca magoei nem abandonei ninguém
Pratico a paz e gentileza sem olhar a quem

As palavras voaram sem carácter no vento
Foram ecos perdidos nos confins do tempo
Um dia virão a terreiro as simples verdades
Umas são memórias e outras nem saudades

Não preservo rancores nem ressentimentos
Guardo no meu baú os melhores momentos
Talvez eu não tenha compreendido os sinais
As vozes dos anjos preveniram vezes demais

Já me cansei dessas incertezas do vai e vem
Nunca imaginei tamanha subtileza e desdém
A esperança de vida já é carente e tão pouca
Fechei a porta às angústias dessa vida louca

Hoje sou um homem liberto e sem mágoas
Marquei a minha viagem por límpidas águas
Vivo nas margens no meu rio e colho flores
Semeio carinhos e espalho afectos e amores

© Afonso Domingues 


NADA É ETERNO 

Na ousada aventura jamais vivida
Mesquinha arrogância escondida
Os beijos forçados ou impostores
Sorrisos belos e tão enganadores

Foi mentira a brotar numa fonte
Ou rio a passar debaixo da ponte
Os ideais traídos e a cega paixão
Enganosos sonhos ou uma ilusão

Quis satisfazer desejos da mente
E amei o que podia intensamente
Nunca tinha sonhado amor assim
Em loucuras e devaneios sem fim

Tempo de festa e de pura alegria
Alimentada com afectos e magia
Percurso em ternuras e carinhos
Que preferiram outros caminhos

Toca-se o paraíso e até o inferno
Mas tudo acaba e nada é eterno
Foram as fantasias dum coração
Promessas que findaram em vão

© Afonso Domingues


PAZ E ALEGRIA

Em tempo algum deixarei de viver
Jamais abdicarei do meu escrever
E ao fazer minhas rimas ou prosas
Eu vou oferecendo tulipas e rosas

Sou feito de uma nobreza erudita
Não comungo hipocrisia prescrita
E não suporto o som da falsidade
Nem o complexo de superioridade

Embarquei na carruagem do além
Fugindo ao desatino e ao desdém
Vivo mais leve a minha madrugada
Larguei ao longe o que me pesava

Cruzei o Mundo de todos os lados
E até fui mordido por mal-amados
Nessa senda penosa e prolongada
Aprendi a identificar gente errada

Hoje dedico-me aos pensamentos
Gravando os melhores momentos
Afastei-me do que me enfraquecia
Para me alimentar de paz e alegria

© Afonso Domingues


DESTINO TRAÇADO

Subirás às veredas e não me verás
Porque o tempo já não volta atrás
Não estarei no perfume das flores
Escorraçaste as ternuras e amores

Desejaste entrar no palco da fama
Desprezaste o amor que te chama
Não alcançarás o paraíso sonhado
O teu ignóbil destino já foi traçado

Prometi aguardar até à eternidade
E até um dia definhar com a idade
Na hora de partir não terei pressa
Não é preciso cumprir a promessa

O relógio até poderia parar agora
Porque este tempo não me chora
Sou um marinheiro sem vaidades
E aprendi a suportar tempestades

Vou conquistar cidades e castelos
E passear nos paraísos mais belos
Sentir as forças que geram paixão
Saborear esta liberdade e emoção

© Afonso Domingues


ESQUECER E PERDOAR 

O amor é tão nobre e controverso
Que talvez só exista no meu verso
Sem despedaçar e partir corações
Já sobrevivi a devaneios e paixões

Eu só pretendo escapar às ilusões
Ficar pelos motivos e pelas razões
Fugir a alguma tentação altaneira
Sossegar a minha Alma traiçoeira

Deixamos de ser um tudo ou nada
Por quem se afirmava enamorada
E naquela louca vontade de amar
Acabamos a esquecer e a perdoar

Recolhi doutrinas e ensinamentos
Onde lembro os dias e momentos
Sonho acordado e sinto felicidade
Ao olhar em frente vejo liberdade

Não me posso acomodar e desistir
Vou continuar a batalhar e insistir
E declamar meus poemas ao Luar
Observar estrelas e escutar o Mar

© Afonso Domingues


JAMAIS MUDAREI 

Em tempos de visão desvanecida
Os extractos de uma vida perdida
E quando eu me afastei da ilusão
Reconquistei a sintonia da razão

Tento despachar almas daninhas
E paixões que já não são minhas
Num baú que eu nunca mudarei
Lembranças que não esquecerei

Intercepto intenções despistadas
Ignoro as tentativas espicaçadas
Já ultrapassei o limite do desdém
Num acreditar sem olhar a quem

De alegres momentos divertidos
Com instantes de sonhos vividos
Sem ambicionar o bem ou o mal
Só pretendia amor eterno e final

Os meus sentimentos intocáveis
Permanecem puros e invioláveis
Não irei mudar esta forma de ser
Nem trocarei o meu bem-querer

© Afonso Domingues


DESEJOS LASCIVOS

Os meus sonhos foram contigo
Senti prazeres que nem te digo
A cama larga e lençóis de cetim
E tu sempre enroscada em mim

As vontades ousadas e ardentes
Nesse vaivém de corpos quentes
O ritmo e o vigor de movimentos
Os beijos vorazes e tão sedentos

Os pujantes e escaldantes ventos
Carinhosos e ávidos sentimentos
Saciámos nossos desejos lascivos
Noitadas que nos mantém vivos

Recordações de belos momentos
E lembranças dos nossos tempos
Os olhares meigos tão brilhantes
Nossas bocas loucas e ofegantes

E mergulhados na faina libidinosa
Na cadência duma rima ou prosa
Um apogeu de amor bem ritmado
A harmonia dum par apaixonado

© Afonso Domingues


BRISA D´AMOR

Estou aqui com o peito aberto
E tu que moras aqui tão perto
Dirão que perdeste o teu juízo
Se ofereceres à toa teu sorriso

Sente no ar esta brisa do amor
A essência no perfume da flor
Atravessa o meu nobre jardim
E vem colher afectos sem fim

Não te lançarei piropos na rua
Nem te despirei pra te ver nua
Eu vou simplesmente aguardar
Uma noite romântica e ao luar

Desejo-te nos sonhos sensuais
Tenho-te nas fantasias imorais
Continuas nos meus devaneios
Com alegrias nos meus anseios

As décadas serão de felicidade
A minha ambição a eternidade
Serás sempre o motivo e razão
Doce guardiã da minha paixão

© Afonso Domingues


PRESSINTO AMOR

Eu ainda olho mas já não te vejo
E neste meu amargurado gracejo
Enquanto me continuares a sorrir
Estarei aqui para te ver e te ouvir

Eu vou trilhando noutras estradas
Vagueando por fantasias ousadas
Visto de memórias o pensamento
Jamais esquecerei cada momento

Continuarei vivo e também gente
Serei sempre homem certamente
Poderei ser uma besta ou estupor
E nunca vou esquecer o teu amor

Os meus sonhos estão inabaláveis
Aguardam por dias incomparáveis
Continuam a perseguir os ensejos
Fartos em afectos e doces desejos

Pressinto a tua presença e o odor
A navegar no teu perfume de flor
Tudo que acontece não é em vão
Carrega na alma loucura e paixão

© Afonso Domingues


IMAGEM APAIXONADA

Uma noite de sonhos e fantasias
Com devaneios e outras alegrias
A brisa dum Amor aconchegante
Os desejos tímidos duma amante

Na penumbra mágica e lustrosa
As mãos ávidas pela pele sedosa
Os seios perfeitos e voluptuosos
Com lábios suculentos e gulosos

As coxas deliciosas e tonificadas
Línguas sôfregas e desenfreadas
Os suspiros e gemidos abafados
E doces delírios dos enamorados

E naquela luxúria desabrochada
O auge do prazer na madrugada
A luz do quarto marcou o tempo
O relógio contou cada momento

Num chilrear de música e poesia
Uma melodia de Sol no novo dia
Pela janela aberta e escancarada
A imagem sublime e apaixonada

© Afonso Domingues


ESSÊNCIA DO SER AMADO 

Poderia ter sido puro e maravilhoso
E foi rejeitado num timbre de gozo
Preferiste desejos noutras paragens
Sem respeitares a dor e as margens

Eu ia contigo até ao fim do Universo
Gravei nos céus minha rima e verso
Queria-te nos sonhos da minha vida
Mas tecia planos numa sina perdida

Quando eras a luz dum desejo meu
Esbanjaste o que já outrora foi teu
Já tinhas capturado o meu coração
O teu carácter despedaçou a razão

Tiveste todo o Mundo aos teus pés
Escolheste a tentação doutro revés
A gula e a traição foram um pecado
Foi amor na essência do ser amado

Tracei objectivos e outros destinos
Prefiro um alguém em traços finos
Agora é muito tarde para remediar
Foste só tu que não desejaste amar

© Afonso Domingues


DÁ-ME UM SINAL 

Percorres a vida noutras andanças
Nem escutas a música que danças
Viajas nesse Mundo desconhecido
Onde nada ou ninguém faz sentido

Recupera os sonhos e a felicidade
Tu não podes definhar de saudade
Conserta esse teu coração e canta
Quero teu sorriso que me encanta

Desejo olhar teus olhos brilhantes
E sentir teu corpo como foi dantes
Aproveita a janela e oportunidade
Liberta a luz da paixão pela cidade

Vem passear comigo pela calçada
Vamos viver uma vida enamorada
Transforma a minha noite em luar
E vamos contar à Lua o que é amar

O nosso doce destino está traçado
Num projecto por deuses planeado
Já gravei nos astros este amor meu
Dá-me um simples sinal e serei teu

© Afonso Domingues


SENSUAL E SELVÁTICO 

Uma imagem propositada e excitante
Num acto desengonçado e provocante
Aquela diva resplandecente e lustrosa
A arma duma mulher doce e maliciosa

Senhora dum olhar lascivo e brilhante
Silhueta de luz torneada e fulminante
Deambula pela rua altiva e majestosa
E nos saltos altos cintilante e formosa

Os seus lábios carnudos e afogueados
Suspiravam desejos de serem beijados
Naquele decote generoso e desenhado
De deixar qualquer mortal apaixonado

Ela apresentava-se radiosa e perigosa
Expunha arrojada lingerie cor-de-rosa
Ousadas fantasias nasciam na imagem
Delírios próprios da sensual paisagem

Uma pura imaginação que nos impele
Desejos a viajar em labirintos de pele
Naquele quadro libidinoso e selvático
Ele somente a olhava mudo e estático

© Afonso Domingues


ESPINHOS DA VIDA 

Lindos são os campos de malmequeres
E os sorrisos das Musas feitas mulheres
Elegantes são os que vivem da verdade
Semeando seu romantismo pela cidade

Do despertar ao anoitecer uma jornada
Um raio de Sol e uma alma enamorada
Os olhares trocados apontam um início
E um beijo nos lábios um doce princípio

De faces rosadas a minha mulher eleita
Corpo de sereia numa silhueta perfeita
O seu atraente sorriso seja de encantar
Naquela mulher que tanto desejo amar

Prosa de alegria num verso enamorado
Um sonho feliz num paraíso encantado
E tudo se inicia e tudo se acaba um dia
Vive na memória esse tempo de magia

As sinuosidades da vida são traiçoeiras
É como os espinhos das lindas roseiras
Vivemos tempos onde se chora a ilusão
Desertos de afectos e feridos de paixão

© Afonso Domingues


ÚNICA MULHER 

Tu que passeias à chuva e ao vento
Transportas o amor no pensamento
Tiveste a paixão e deixaste-a partir
Uma suave ternura que te fez sorrir

Não esqueças as estrelas brilhantes
Ou os doces carinhos dos amantes
Dança na praia e vive na luz do luar
Sente no rosto essa aragem do mar

Nunca procures o motivo ou razão
Vive o desejo que te vai no coração
Que seja a pureza da alma a decidir
E os teus desejos nunca te vão trair

Observa a luz das águas cristalinas
Onde se inspiram as musas divinas
Os teus sonhos estão lá reflectidos
Espelham doces momentos vividos

Eu viverei com as lembranças de ti
Recordando esses tempos que vivi
E serás sempre aquela que só eu sei
Única mulher que alguma vez amei

© Afonso Domingues


ETERNO SONHADOR 

A minha paixão é um livro aberto
Deste destino eu já não me liberto
Meu pensamento navega pelo mar
Procurando luz e vontade de amar

Eu só quero conquistar a liberdade
Expulsar minha obstinada saudade
Abandonar o caminho do desamor
Esquecer a desilusão e matar a dor

Imagino uma donzela ao meu lado
De mão dada um casal enamorado
Uma mulher autêntica e obstinada
Apaixonada e eternamente amada

Eu revejo a tristeza e a felicidade
E os dias que vagueei pela cidade
Vejo passar loucuras e multidões
E mergulho no mundo das ilusões

Serei sempre um homem sonhador
Imaginando uma vida cheia de cor
Sonharei até ao fim dos meus dias
Meu último suspiro serão alegrias

© Afonso Domingues


TEU ANTÍDOTO

Aparece e apresenta-te agora
E vem ver o romper da aurora
Mostra as origens da tua razão
Aprecia o Sol da minha paixão

Tu não precisas de parcimónias
E nem tão pouco de cerimónias
Sou receptivo e de bons ventos
Já conheces meus sentimentos

Traz a mim a alegria e emoção
Escuta as vozes do teu coração
Aproveita o tempo e o momento
Vive o que tens no pensamento

Somos tão iguais e tão sinónimos
Não te escondas em heterónimos
Apenas aguardo o teu mergulho
Não morras à sombra do orgulho

Afasta o que te entristece a alma
E eu te darei tudo o que te acalma
Serei a cumplicidade e a ternura
E também o antídoto da tua cura

© Afonso Domingues


BRUMAS DE MEMÓRIA

Eu sacudo as brumas da memória
Com vitórias nuas de paz e glória
Talvez ilusões dum sonho intenso
Que me fogem nesse mar imenso

Num período lascivo e escaldante
Como deleitosa paixão de amante
Um calor doce e que pouco durou
Ou dura tormenta que se dissipou

Num tempo cansativo e tão insano
Um deserto infinito tão desumano
Tortuosa viagem de desigual preço
Prevendo destinos que não mereço

A minha porta estava escancarada
Entrava qualquer alma abençoada
Se viesse por bem recebia atenção
Sentiria os meus afectos e emoção

Esses anos de fantasia já passaram
Somente os momentos cá ficaram
Neles vi o homem que hoje eu sou
E tudo que me sorria o vento levo

© Afonso Domingues 


SERÃO D´AMANTES

O sol põe-se lá no horizonte
E o luar reflecte-se na fonte
É uma lua brilhante a sorrir
Uma misteriosa noite a cair

O vento sopra suavemente
Os grilos cantam pra gente
Na noite entoa uma canção
E as folhas dançam no chão

O mar baila calmo e sereno
Vive um envolvente ameno
No seu serpentear elegante
Uma onda de ar refrescante

Fogo rubro crepita na lareira
E aquece uma velha chaleira
No escuro brilham as brasas
As mil fagulhas ganham asas

E neste ambiente luxuriante
Tão afrodisíaco e inebriante
Dispara aquele ardente calor
E desperta a paixão e o amor

© Afonso Domingues


AVISTEI AMOR

Despertei num paraíso de magia
Vesti-me com as cores da alegria
Caminhei nos trilhos da memória
Juntei os sorrisos a cada história

Pintei com imaginação os campos
Desenhei borboletas e pirilampos
Conforme fosse noite ou fosse dia
Quando sentia a minha alma vazia

E pelos caminhos fui cantarolando
As melodias que me ia lembrando
Espantava as tristezas e maldades
Recuperava os desejos e saudades

Eu procurei-te pelos céus infinitos
Caminhei por caminhos interditos
Senti cada emoção a mudar de cor
Viajei pelos sonhos e avistei amor

Abri os meus braços para te receber
Foram os meus lábios a humedecer
Dei liberdade à alma e ao coração
Desejava viver os sonhos da paixão

© Afonso Domingues 


SEGREDOS POR LAPIDAR

Tenho uma fome chamada amor
Devoro afectos neste fervor
Trago na bagagem um só destino
Desejos duma alma de menino

Refaço-me em abraços
Transformo-me nos teus braços
Lanço pedrinhas à água
Para afogar angústias desta mágoa

É desatino num choro amuado
Quando recordo aquele beijo roubado
Escuto desejos no teu olhar
Sinto na face o teu beijo a mar

Talvez sejam as brisas da saudade
Neste tempo sombrio sonha a idade
Possuo desejos para oferecer
Antes do meu espírito se desvanecer

Deixarei segredos por lapidar
Serão doces carinhos para decifrar
A paixão é ardente e singela
Torna-se agridoce o que resta dela

© Afonso Domingues


NUNCA TE VÁS

Tu que aprisionaste a minha alma
Agora nada me satisfaz ou acalma
E pelas recordações da tua mente
Lembra-te que sou ser e sou gente

Operaste desejos de amor sem fim
Configurando luz e paixão em mim
Resolveste mimar-me de vontades
E no meu Mundo brotam saudades

Tentei ser tudo que podia entregar
Extravasar mais do que te podia dar
E eu também fiz das tripas coração
Para que tu sentisses a minha razão

O meu amor brotou cristalino e puro
Nobre num espírito sóbrio e maturo
A riqueza germinou dos momentos
Recheados de afectos e sentimentos

Deixa-me velejar pelas ondas do mar
Ser outra vez uma criança e imaginar
Esculpir sorrisos de prazer e emoção
Fazer tudo o que dita o meu coração

© Afonso Domingues


SORTILÉGIOS DO CORAÇÃO

O comboio do desejo amanhece
A luz do amor revela-se e floresce
Serpenteia pelos carris da emoção
Num fugaz dia que cheira a Verão

O arco-íris transfira-se em cores
É o mistério e o júbilo dos amores
Submergem carências e anseios
Fulminados pelos olhares alheios

Os sonhos embarcam numa canção
Renascem rios de desejos e paixão
Uma união de corpos que aquece
Num mar de êxtase que a alma tece

Perde-se o embaraço e a timidez
É como se fosse uma primeira vez
Numa torrente de lascivos carinhos
Estreitam-se os abraços e beijinhos

E os sorrisos reacendem a chama
Os amantes enlouquecem na cama
Tudo tem um motivo ou uma razão
Serão sortilégios dignos do coração

© Afonso Domingues


OLHARES TROCADOS

Num vale de lágrimas vertido
Delírios dum passado perdido
Não são de pranto nem despeito
Nem amarguras do meu peito

Talvez trovões relampejantes
Resíduos dum amor sonhado antes
Ambições dum humilde coração
Ou destroços de vida sem emoção

Trincheiras de fogos cruzados
Longas esperas e céus estrelados
E tudo se esfuma e flutua
Como fantasmas vivos a cada Lua

Num desespero de apaixonados
Onde vivem corações mal-amados
Jamais serão traídos e esquecidos
Esses momentos outrora vividos

Sobram promessas sem prosas
Almas inocentes num mar de rosas
Desesperos mal parados
Entre desejos e olhares trocados

© Afonso Domingues


INUNDA-ME DE PAIXÃO

Após outra noite de horas contadas
Brotam sortidas memórias sonhadas
Folheando páginas doutra existência
Restaram as amarguras e a carência

Rompeu o dia iluminado e magistral
Um despertar soalheiro tão especial
Corri por ruelas de cor e sentimentos
Decoradas de passagens e momentos

Cantarolava pra espantar melancolias
Ultrapassar as mágoas dos meus dias
Recolhi alegria pelos campos floridos
Lembrando os doces sonhos sentidos

Percorri veredas íngremes e sinuosas
E cruzei jardins perfumados de rosas
Sacudi as tristezas retidas no coração
Preenchi o espírito de amor e emoção

Cabisbaixo e descontente no meu fado
Deambulando desejoso e esperançado
Quando te vi no âmago da imaginação
Sorriste-me e inundaste-me de paixão

© Afonso Domingues


INSÓNIAS DE CARVÃO

Dou infindáveis voltas na cama
Nada vejo qualquer luz ou chama
É como um deserto sem vivalma
Onde não se avista camelo ou alma

Olhando para o ponteiro das horas
Oh Meu Amor, o quanto tu demoras
Sinto um ligeiro baque no coração
E a sede transporta-me pela ilusão

Deixo-me conduzir naquela viagem
São muitas lembranças na bagagem
Tento adormecer em pensamentos
Vivo as alucinações dos momentos

Os desejos são como vícios gigantes
São sentimentos dignos de amantes
Até a torre da igreja é rude e cruel
Em badaladas que arrepiam a pele

Um novo alvorecer está pra chegar
Foi outra noite em claro sem amar
E quando o Sol acaricia o meu dia
Já nenhum pensamento me sacia

© Afonso Domingues


NOSTALGIA DO CORAÇÃO

O alvorecer de hoje não me sorriu
E nem o Sol nem o amor se viu
Procurei em janelas e varandas
Oh Meu Amor diz-me onde andas

Nem consegui ver os passarinhos
Estavam abrigados nos seus ninhos
Dei umas mil voltas pelo quintal
Mas nem se vi melro nem pardal

Vasculhei no baú das memórias
Encontrei apenas fúteis histórias
Talvez seja nostalgia e ansiedade
Ou a simples angústia da saudade

Mas era apenas a chuvinha a chegar
Nada demais para me atormentar
E naquela alegria que me acalma
O doce sorriso percorreu-me a alma

Recordei tempos outrora vividos
Os momentos e carinhos sentidos
Porque a paixão mantém a chama
Mora no coração de quem me ama

© Afonso Domingues


RECONQUISTAR A PAIXÃO

Num tempo que urge acelerado
Sem te ver ou te ter a meu lado
São insaciáveis saudades a falar
Em sôfregos desejos de te amar

Imagino-te nas noitadas de luar
Quando não consigo descansar
Vejo-te nas estrelas cintilantes
Nos doces sonhos dos amantes

Tenho a esperança no teu olhar
Serei o que teu espírito desejar
Serás a minha Princesa em flor
Voltar a viver a magia do amor

Já sinto muita amizade a brotar
Nossa cumplicidade a germinar
Num sorriso de vez em quando
A minha alma vai-se alegrando

Do meu sonho virá a realidade
Cheia de harmonia e felicidade
O Sol vai brilhar no teu coração
Para reconquistar a tua paixão

© Afonso Domingues


SORRISO DA MINHA AMADA

Eu caminho por brasas descalço
Sinto esta vida em cada percalço
Avisto ao longe montes e serras
Onde há gentes e outras terras

Continuo meu percurso a sonhar
Sinto a minha alma desmoronar
E assolam-me pesadelos sem cor
Que não trazem paixão nem amor

Célere prossegue a minha viagem
Deparo com um mar sem margem
Avisto pescadores e barcos à vela
Gaivotas através da minha janela

Conquisto a sapiência e liberdade
Perco nos momentos e na idade
Assola-me a solidão e a nostalgia
Quando eu desperto sem alegria

A busca do meu tesouro continua
Através das memórias e pela rua
Procuro nas pedrinhas da calçada
Um lindo sorriso da minha amada

© Afonso Domingues


CAMINHOS DE PAIXÃO

Navegando ondas e devaneios
Uma tentação e desejos alheios
Corpos nus e reflexos de magia
Lençóis de cetim e luz d´alegria

Velejando nuvens de emoção
Observo a frescura e a paixão
Desço um riacho escorregadio
Sigo o meu coração até ao rio

Delineando cada rima ou verso
Quis transportar o teu universo
E entre o relâmpago e o trovão
Desejo manter o juízo e a razão

Não trago na manga a felicidade
Só carrego a sabedoria da idade
Avisto no céu estrelas brilhantes
E na alma o sonho dos amantes

Percorro labirintos de ternuras
Sinto provocações e travessuras
Depois escuto a voz do coração
A indicar os caminhos da paixão

© Afonso Domingues


FEITO DE DESEJO E PAIXÃO

Seguindo por tortuosos caminhos
Carrego na alma sonhos e carinhos
Vou confiante por veredas e montes
Procurando por travessias ou pontes

Pernoitando durante insónias a fio
Percorro o mundo e vivo o meu rio
Ao longe avisto a imensidão do mar
Onde teu doce sorriso vai desaguar

Navegarei vastos oceanos de emoção
Perseguindo os desejos do coração
Atravessarei graciosos prados em flor
Na busca do sublime sabor do amor

Carrego no peito uma vontade de ti
Sustento aquilo que eu sempre senti
Sou um misto de querer e ansiedade
Serei o fiel guardião da tua felicidade

Subirei às nuvens e por ti eu voarei
Para realizar fantasias que eu sonhei
Eu jamais desistirei da minha missão
Sou homem feito de desejo e paixão

© Afonso Domingues 


DEVANEIOS DE PAIXÃO

Despertei a alma e toquei no Céu
Senti as estrelas na ponta do véu
Somente pretendia trazer-te a Lua
Para poder iluminar a tua pele nua

Queria descobrir onde tu estarias
Para te transmitir minhas alegrias
Meu desejo é chama e é momento
A distância não seria impedimento

Não vislumbrei o teu sereno olhar
Nem avistei nada para além do mar
Fiquei-me pelas belas recordações
No meu baú recheado de emoções

Não consegui de ti visão nem ilusão
Ou tão pouco uma simples atenção
Pensei que já não me querias enfim
E o teu coração não estava em mim

Uma noite banhada em melancolia
Queria acordar sóbrio num novo dia
Solucei naquele pranto desajeitado
Devaneios dum homem apaixonado

© Afonso Domingues


SEM TI DEFINHAREI

Não morrerei de frio só de saudade
Neste mundo vil e cheio de maldade
E ele não me deixa ver-te meu amor
Pra poder dar-te um beijo e uma flor

Sinto um gelo sem dó nem clemencia
Não me dói tanto como tua ausência
Absorvo o pranto silencioso no breu
Um lamento de emoção apenas meu

Vou à rua contar estrelas e ver a Lua
E tentar sonhar com uma imagem tua
Somente vejo uma noite de escuridão
Que dilata ainda mais a minha paixão

Recolho ao meu quarto e tento dormir
Acordar no dia seguinte e ver-te sorrir
Malditas insónias revolvem-me a alma
Já nada me sossega e nada me acalma

Espreito pela janela só vejo momentos
Uma breve passagem de pensamentos
Porquanto eu sei que sem ti definharei
Oh Amor Meu por quem me apaixonei

© Afonso Domingues


MINHA ALMA GRITA

Vi no espelho a minha alma gritar
Num remoto sinal para me alertar
Restos das recordações guardadas
Saudades no coração arrecadadas

O meu sonho está vivo e presente
Não sai do espírito nem da mente
Desejo afirmar a minha felicidade
Ter a meu lado o amor de verdade

A paixão não se cura com caridade
O tempo passa célere sem piedade
Os desejos estão presentes e vivos
Eu não esqueço razão nem motivos

E neste percurso sinuoso e estreito
Eu escuto os lamentos do meu peito
São o desapego e distâncias sentidas
E muitas outras desventuras vividas

Não irei rogar por tempo ou atenção
Ou ultrapassar os limites da emoção
Vou aguardar que a sorte me proteja
E que a razão do meu amor me veja

© Afonso Domingues


NOBRE E ROMÂNTICO

A alma habita num castelo da aldeia
Uma torre de menagem com ameia
O meu espirito continua enamorado
E sonha que é beijado e acarinhado

Só desejo ser feliz com minha amada
Apoia-la em tudo sem lhe exigir nada
E jamais esquecerei aquele seu jeito
Ou a emoção que vive no meu peito

Eu jamais lancei vãs promessas no ar
Apenas o que puder fazer para amar
A minha vida apenas deseja atenção
O afecto e a ternura são minha razão

Se perder a noção restará a vontade
E nem tudo se dispersa com a idade
Os desejos são um espírito quântico
Desígnios dum ser nobre e romântico

Liberta-te desse mundo cruel e canta
Vive tudo o que te faz feliz e encanta
Aproxima-te da paixão e da natureza
Vem habitar o nosso amor e a certeza

© Afonso Domingues


VIDA DE MARINHEIRO

Navegando entre vagas e marés
Sem ver terra firme aos meus pés
Escutei no infinito aquele grito
Era a voz daquele cupido maldito

Não voltes a bater à minha porta
Já deixaste a minha alma morta
Foram tempos de lágrimas e água
De dores no peito e muita mágoa

Não sei se um dia voltarei a amar
Vou deixar o meu espírito descansar
Permanecer sereno no meu cantinho
Sem colher desilusões pelo caminho

Um dia atracarei em porto seguro
Marujo velho e a cair de maduro
Porém selectivo e sem enfermidades
Recordando a vida com saudades

É bom viver alvoroços e emoções
Sem alimentar fantasias e decepções
Ter sempre na mente a voz da razão
Para afastar todo o mal do coração

© Afonso Domingues


ETERNAMENTE TEU

Serei a luz dos teus momentos
Voz dos teus pensamentos
Sem fortunas e sem riquezas
Somente sonhos e certezas

Irei contigo até à outra margem
Levarei teus desejos na bagagem
E farei dos sentimentos magia
Só com a minha rima e poesia

Vamos andar abraçados pela rua
Serei o teu Sol e tu a minha Lua
Já ninguém nos poderá separar
Possuímos a força do nosso amar

Carrego esperanças no coração
Talvez seja fantasia ou ilusão
Mas a minha alma só pensa em ti
Desde aquele instante que te vi

Vem comigo e vamos ver o Mar
Vamos sentir o Amor a passar
Aproveitar o que o divino nos deu
E eu serei eternamente teu

© Afonso Domingues


ENTENDE QUEM TE AMA

Não te digo amo-te só por dizer
Nem digo preciso-te pelo prazer
Eu só falo realidade e não minto
Ponho na boca aquilo que sinto

Eu apenas mostro uma ambição
Que sintas esta deliciosa paixão
Serei mero passageiro do tempo
Usufruindo a doçura e momento

Não vou deixar perder a emoção
Nem reclamar o triunfo ou razão
Pretendo somente viver o fervor
Gozando doces delícias de amor

Princesinha sorridente e sensual
Somente queria implorar-te afinal
Que me concedas tua permissão
Para eu conquistar o teu coração

Esta Noite te presenteie carinho
Te mostre o verdadeiro caminho
Experimentes o fervor da chama
Para que entendas quem te ama

© Afonso Domingues


ÉS TUDO QUE PRECISO

Eu encontrei em ti o meu paraíso
Num olhar doce e um belo sorriso
Entre abraços e beijos aos molhos
Nasceu a menina dos meus olhos

Quando o amor se deixou vencer
A desilusão acabou por acontecer
Como uma angústia ou um flagelo
Uma dura partida o meu pesadelo

Desenlaçaste o teu coração de mim
Causaste o caos e tristezas sem fim
Voaste pra outros locais e corações
Deixaste-me prantos e recordações

Hoje sinto um amor calado e mudo
Vejo a paixão triste por um canudo
Verti lagrimas que nunca vão secar
Na minha intensa vontade de amar

És tudo que eu preciso e me acalma
Vem dar luz e carinho à minha alma
Preciso transmitir-te minhas razões
Partilhar contigo alegrias e emoções

© Afonso Domingues


VEM DAÍ

No teu vestido de cambraia
Traz-me o calor da tua praia
Acaricia esta alma que chora
Vem daí graciosa vem agora

E nos teus olhares sedutores
Cabelos soltos encantadores
Caminha pela areia carinhosa
Na tua face risonha e mimosa

Chapéu sarapintado de flores
Sedenta de carinhos e amores
A tua pele acetinada e airosa
Rubra e bela como uma rosa

Anda sensual e desperta-me
Enlaça-me em ti e aperta-me
Deposita o teu beijo em mim
Tão mélico e sôfrego sem fim

O sabor molhado e suculento
O mar azul e salgado ao vento
Vem viver e doar-me o paraíso
Dar-me a doçura do teu sorriso

© Afonso Domingues


VENDAVAIS DOUTRORA

Sinuosa num jeito belo ou celestial
Apresentas-te graciosa e magistral
Com teu colorido e cintilante olhar
É um momento que me faz sonhar

Naquele dia chuvoso e refrescante
Um beijinho roubado e apaixonante
Os dois abrigados na aba do chapéu
Vendaval de carinhos a tocar o céu

É o meu contentamento sem igual
A minha Musa e o meu amor ideal
Pairando nas assas da nossa paixão
E tão sublime na minha imaginação

Tudo se esfuma na lufada de vento
Foi o desatino e descontentamento
Onda de desespero pra quem amou
Uma vaga traiçoeira que tudo levou

Desejo despertar as emoções em ti
Repetir doces momentos que já vivi
Passear e sorrir contigo ao meu lado
Para me sentir eternamente amado

© Afonso Domingues


HARMONIA E AMOR

A doçura que eu sinto é calma
Beijando-me o rosto e a alma
Sacia-me de ti por momentos
Em tão melosos pensamentos

Tudo o que me alegrava fugiu
Quando o nosso sonho sumiu
Num tom estridente e penoso
Eu danço solitário e silencioso

E pela vastidão do meu deserto
Numa ânsia de te ter por perto
Encho-me com coragem e razão
E tento mudar o som da canção

Esquecendo-me o quanto me dói
Visto-me de cavaleiro e de herói
E num misto de fantasia e ficção
Eu tento enganar o meu coração

Não posso esconder sentimentos
Já desisti de esgrimir argumentos
Só pretendo expulsar a minha dor
E passar a viver harmonia e amor

© Afonso Domingues


PAIXÃO E FELICIDADE

Veste o teu sorriso e vem assim
Cobrir-te-ei de carinho e de mim
Vou proteger-te do mal e do frio
E levar-te na ternura do meu rio

Vamos ambos remar até ao mar
Largar velas ao vento e navegar
Beijar entre afectos ou maresias
E declamar com amor as poesias

Quero ter-te flamejante na cama
Acender o desejo que nos chama
No silêncio da noite poder sonhar
Acariciar o teu lindo rosto e amar

Vem observar as estrelas e o luar
Abraçar as tuas alegrias e dançar
E serás a razão da minha emoção
A doce musa da minha inspiração

Teremos momentos de encantar
Por locais e instantes de arrepiar
Passear de mão dada pela cidade
E viver a nossa paixão e felicidade

© Afonso Domingues


TEU SONHO VIVIDO 

Nas brumas e sensações imaginadas
Ficam devaneios das noites sonhadas
Serão fantasias e perfumes de flores
Com os suspiros e delírios de amores

São emoções num riacho de pureza
O olhar singelo e o sorriso de beleza
Belos jardins e roseirais encarnados
O céu esculpido de sinais estrelados

Num clímax e deambular de mentes
No leito de cetim os desejos quentes
Uma relação de prazer e de emoção
Por caminhos de afectos e de paixão

Despida de caprichos ou de vaidades
Numa busca de alegrias e felicidades
Noite dourada com um brilho de luar
A mulher linda com vontade de amar

Eu estarei sempre aqui pertinho de ti
Princesa mais bela que alguma vez vi
Serei o teu par e o teu abraço sentido
Terás sempre em mim o sonho vivido

© Afonso Domingues


UM DIA NO VERÃO 

Na copa das árvores vive o vento
Leva nas asas o meu pensamento
Esvoaçando até ti os passarinhos
Envio cartas com muitos carinhos

Prossigo a minha jornada distante
E sinto cair a lágrima no semblante
Tudo o que imagino já foi sonhado
Os tristes delírios dum enamorado

Pelas visões vislumbro a tua beleza
Simples feições de amor e nobreza
Retornam as esperanças e alegrias
Mas são apenas ilusórias fantasias

A praia deserta e tão deslumbrante
Avisto a silhueta no areal brilhante
Ali despreocupada e sem me olhar
Observavas no horizonte o teu Mar

Quando a minha agitada alma te viu
Meu coração ficou inquieto e sorriu
Tu estavas ali bela e desinteressada
A tão linda princesa e minha amada

© Afonso Domingues


VIVO DE PAZ E AMOR 

Fui esculpido desde que era menino
Enigma de luz neste Planeta nascido
Viajei num destino traçado e escrito
Como consagrado guerreiro erudito

Sinto na Alma uma vontade de voar
Ser o brilho do sol ou a brisa do Mar
Abraçar a natureza e escutar o vento
Olhar as estrelas e viver o momento

Desejo cruzar bosques encantados
Ver o silêncio e prados sarapintados
Pescar sorrisos entre malmequeres
Colher os abraços que me trouxeres

Carrego no espírito a paixão infinita
E utilizo como espada a rima escrita
Luto para amparar os desprotegidos
Habito as fantasias e sonhos vividos

Divago através de oceanos e cidades
Surfando calmarias ou tempestades
E serpenteando pelos jardins em flor
Alimento o meu ser com paz e amor

© Afonso Domingues


LUTAMOS E AMAMOS

Nasci para ser a alma gémea de alguém
Nunca serei um desamor para ninguém
Semeio os espaços com a luz da doçura
E um dia eu colherei carinhos e ternura

Sou como o honorável cavaleiro do bem
E farei o meu melhor sem olhar a quem
Só desejo partilhar e comungar a paixão
E superar todos os desígnios do coração

Não quero ser estorvo nem fardo morto
Muito menos uma fonte do desconforto
Quero possuir o dom de plantar a magia
Abraçar a felicidade com graça e alegria

Eu vou alcançar os desígnios do destino
Concretizar aquelas fantasias de menino
Utilizo todas as forças para me suplantar
E sonho com tudo que desejo conquistar

Somos humanos movidos a sentimentos
Vivemos o prazer de glórias e momentos
Não desistimos e às vezes até choramos
Lutamos pelo que desejamos e amamos

© Afonso Domingues


SONHOS D´OUTRORA 

Um relógio da vida tão sorrateiro
Marca o destino no seu ponteiro
Não deixa viver como desejamos
A vida célere que tanto amamos

A idade é madrasta sem tréguas
Corre veloz como o papa-léguas
É tempo que não se compadece
Enquanto minha alma envelhece

As mazelas d´outrora reaparecem
Os ânimos serenam e esmorecem
Nos sorrisos há o brilho e a beleza
No coração a convicção e certeza

Se um dia eu for embora sem ela
Eu vazarei lágrimas a pensar nela
Só o barqueiro verá tamanha dor
Mais tarde virá trazer a minha flor

Nunca esquecei que a vida é bela
Enquanto relembrar o olhar dela
Serei eternamente um sonhador
Viverei nos sonhos do meu amor

© Afonso Domingues


POBRE ENAMORADO 

Como poesia e sol quente do meio-dia
Vivias na minha praia e eu nem o sabia
Entranhaste-te nos meus sonhos vagos
Eu via os teus olhos como doces lagos

Sentia-te nas suaves ondas de cada dia
Acabaste por ser meu desejo e melodia
Sobreviveste às mais íntimas tentações
Preencheste a minha alma de emoções

Não vou regatear sensações que tenho
Ou tão pouco sonhar se ainda te tenho
Triste vida pertence a quem a comanda
Certa ou errada é essa a dura demanda

Viverei e cumprirei minha árdua missão
Serei o que prometi nos limites da razão
Só sei que já não sou teu e até me rendi
Tu nunca me deste o pouco que te pedi

Já esbanjaste as letras da minha canção
Minha alma já não sofre sem esta paixão
O amor é um sentimento sério e sagrado
Versado por um ser pobre e enamorado

© Afonso Domingues


CICLOS DE VIDA 

E tu que partiste já tardiamente
Acalmaste-me a alma e a mente
Regressei à paz do meu paraíso
Numa tranquilidade que preciso

Lá foram meia dúzia em ilusões
Metade de chatices sem razões
E pelo meio de tantas emoções
Foi o último quarto em traições

Nas minhas intenções sagradas
Tão mal vistas ou interpretadas
Preservando amor e momentos
Desprezavas meus sentimentos

Num ciclo de vida que se findou
Desta triste porta que se fechou
Já não se abrirão outras janelas
Porque tu eliminaste todas elas

Consegui tirar a pedra do sapato
Mundo sem carácter tão ingrato
Onde já ninguém pretende amar
Falsa paixão foi desaguar ao mar

© Afonso Domingues


REVERSO DA MEDALHA 

Evito medalhas de duas faces
Imorais ligações ou interfaces
Sou como um gato escaldado
Foi curioso acabou queimado

Abomino tudo que é maldade
A raiz da dupla personalidade
Gente que mostra duas caras
Entre camisas-de-onze-varas

Quero as pessoas verdadeiras
As sinceras e as companheiras
As almas lindas no seu interior
Os olhares cristalinos de amor

A vida é banhada de emoções
Como aprendizagens ou lições
Tenho no saber o meu legado
Sou homem simples e honrado

Dedico-me a praticar simpatia
Seguir com verdade o dia-a-dia
Porque a mentira um dia falha
E mostra o reverso da medalha

© Afonso Domingues


SOPROS DE GLÓRIA

Dos vendavais aos desassossegos
Choveram lágrimas de desapegos
Até o meu espírito o vento levou
Comi o pão que o diabo amassou

A estrada que percorri foi ingrata
Não me ofereceu ouro nem prata
E um dia voltarei numa outra vida
Para consertar minha alma ferida

Nunca perdi a razão ou a certeza
Nem sucumbi à dor nem tristeza
Escolhi o trilho da paz e da glória
E tudo o resto ficará na memória

Findam os ciclos e os sentimentos
Os pesadelos e piores momentos
O rio faz a sua viagem até ao mar
Onde esse tempo já foi desaguar

Seja da excitação ou seja da ânsia
Ou dum ligeiro sopro de distância
Talvez uma suave essência da flor
E um segredo de magia e de amor

© Afonso Domingues


PAIXÃO E ILUSÃO

Há sorrisos que me apaixonam
Os quais doces lábios adornam
Trazem a paz e alegria no olhar
E uma forte vontade para amar

Sinto que o amor não é em vão
Ou um mero capricho de Verão
Precisamos cativar sentimentos
E preservar os doces momentos

Quem não me viu ficou a perder
Esbanjou a felicidade sem saber
Viveu numa insipiência sem fim
Por não ter acreditado em mim

Todos vivemos períodos atrozes
Que somem sombrios e velozes
A alegria volta a quem a merece
Enquanto nosso coração aquece

É essencial recuperar a coragem
Fazer do passado uma miragem
Diferenciar a incerteza e a ilusão
E vislumbrar a verdadeira paixão

© Afonso Domingues 


DO AMOR NÃO ME CANSO 

Desperto num arrepio de pele
Imagino a vida e a gente cruel
Sacudo as tristezas aos molhos
E limpo uma lágrima nos olhos

Vagueio pelas ruelas da cidade
E já não sinto luz nem saudade
O tempo de semear já acabou
E o que sonhava o vento levou

Canto ao vento e sonho ao luar
Medito na vida e no meu rimar
Vivo as insónias na madrugada
Tenho visões da mulher amada

Já não mantenho os desamores
Nem aventuras de outras cores
Prefiro a minha paz e descanso
E assim do amor não me canso

Eu faço-me forte no fio da faca
Só para não expor a parte fraca
Continuo a escrever e a versejar
Até a minha alma voltar a amar

© Afonso Domingues


AMOR NO PENSAMENTO

Nesta vida alegre que planeei
Teci os desejos que eu sonhei
Festejei os êxitos e as vitórias
Senti meus fracassos e glórias

Sobrevivi ao vento da emoção
Afastei-me da raiz da tentação
Combinei o mistério e a magia
E despertei num mar de poesia

Caminhei no pântano da ilusão
Até pisar a calma do meu chão
Contemplei o universo erudito
E segui pelos limites do infinito

Naveguei por oceanos de flores
Viajei por estrelas e desamores
Ultrapassei a fronteira da razão
Senti na pele o gosto da paixão

Compreendi quem hoje eu sou
Comi pão que o diabo amassou
Corri à chuva e cantei ao vento
Com meu amor no pensamento

© Afonso Domingues


VIAJANTE DA EMOÇÃO

Sou homem e também gente
Penso em ti tão sofregamente
Tenho devaneios voluptuosos
Delírios molhados e amorosos

Ainda as estrelas não cintilam
E já os meus olhos se abriram
Sempre que na rua eu te vejo
Carrego na alma o meu desejo

Nunca fui fantasia nem ilusão
Viajei pelo caminho da paixão
Os anjos sabem quanto amei
E o quanto te-quero só eu sei

Teu perfume é jardim de rosas
Teus lindos sorrisos são prosas
Quero o que teus lábios trazem
As tristezas não me satisfazem

Partirei tranquilo na minha paz
Por este destino que me apraz
Sou um passageiro da emoção
Apenas trago amor no coração

© Afonso Domingues


AO SABOR DA IDADE

Eu sou o luar que te galanteia
E nasci no Sol que te bronzeia
Desejo ser tua brisa de alegria
Ser o perfume que te acaricia

Serei teu sonho inconfessável
Ou teu devaneio incontrolável
E quero escutar teus segredos
Espantar teus receios e medos

Vamos saborear a nossa idade
Vem festejar e viver felicidade
Não faltarão doces e carinhos
Variadas ternuras e miminhos

Viveremos paixões e fantasias
Para apimentar os nossos dias
Vamos ver os recifes em coral
E passear descalços pelo areal

Despiremos trajes indesejáveis
E sonharemos nus e invejáveis
Traremos aos prados as flores
E nossas almas trarão amores

© Afonso Domingues


EU IMAGINO-TE

Vi-te sublime e resplandecente
Frescura primorosa e contente
Mulher sensual e deslumbrante
Vestes de sorrisos o semblante

Passeias pela avenida formosa
Libertas o teu perfume de rosa
Os teus cabelos soltos ao vento
Aquela calçada o teu momento

Traje justo e formas delineadas
Sensualidade e curvas elevadas
Teu andar marca uma cadência
Os saltos altos são tua essência

No teu mélico olhar tão furtiva
A silhueta de vespa a linda diva
Carnais prazeres a tua emoção
Numa onda prazer a tua paixão

Talvez o meu sonho imaginado
Naquele doce beijo arrebatado
Ou simplesmente uma fantasia
A pintar meu coração de alegria

© Afonso Domingues


APETECE-ME CONFESSAR

Nestas andanças impetuosas
Em fantasias doces e gulosas
Eu fico atraído pelo que vejo
Renasce a volúpia e o desejo

Naquela varanda à beira mar
Sinto o meu desejo despertar
São os entrelaçados carinhos
Brisas em afectos e beijinhos

A transparência abre uma luz
É o teu decote que me seduz
Observo tua silhueta sinuosa
E a ousadia sensual e fogosa

E no meu leito o emaranhado
Num único corpo entrelaçado
Devaneio que sossega a alma
Sonho libidinoso que acalma

Apetece-me falar e confessar
Quando te dispo com o olhar
A minha alma bate de prazer
É só o que me aventuro dizer

© Afonso Domingues


FOGOSA PAIXÃO

Teu doce encanto é digno de ver
Encantas-me com teu olhar e ser
É sinceridade de mulher educada
A humildade é a arma e a espada

É o teu sorriso lindo e misterioso
O teu olhar encantador e meloso
A cor da pele em tons acetinados
São teus olhos ternos e rasgados

Só tu é que agora me fazes sorrir
Moras nos sonhos que hão-de vir
Trazes em ti os afectos e certeza
Fazes-me sucumbir a rara beleza

Estou estarrecido a tanto carinho
Cativas-me sóbrio e de mansinho
Tu existes no que sempre almejei
Vives o desejo que um dia sonhei

A felicidade também já me sorriu
Conheci o amor que ninguém viu
Consegui sentir deliciosa emoção
Ao desfrutar duma fogosa paixão

© Afonso Domingues


DESEJO E PRAZER 

Enquanto o teu luar me iluminar
Continuarei a dançar e a sonhar
As memórias ficarão eternizadas
No meu coração bem guardadas

Entro no quarto e vejo uma rosa
Reparo na tua silhueta desejosa
E uma luz de desejo surgiu no ar
Naquele sensual desejo de amar

Eu desejo cumprir o meu dever
Conduzir-te ao êxtase do prazer
E naquele abraço bem apertado
Sentir teu corpo no meu colado

Quero provar teus lábios de mel
Explorando a tua aveludada pele
Os teus seios encostados a mim
No teu roçar e gemidos sem fim

Sonharei o quanto me apetecer
Percorrendo o desejo e o prazer
Escreverei poesia até me cansar
Amarei para mais tarde recordar

© Afonso Domingues


SONHEI TUDO QUE PODIA 

Sonhei tudo o que havia para sonhar
Olhei mais longe do que podia olhar
E queria viajar para portos distantes
Juntinhos como libidinosos amantes

Desejei mais do que poderia desejar
E já Amei mais do que poderia amar
Ainda relembro cada doce momento
E os beijos suaves que levou o vento

Sinto as caibras de quando te beijava
A cada abraço meu coração suspirava
E sentia o teu calor a trepar no ventre
Os meus devaneios a excitar a mente

Agora preciso ver e receber a paixão
Sentir na pele os arrepios de emoção
Arrecadar as doçuras e os momentos
Viajar no Mundo através dos tempos

Eu juro que jamais deixarei de cantar
Vou alegrar nossos dias junto ao mar
E já completei o tempo de meditação
Como o monge na procura do perdão

© Afonso Domingues


MEMÓRIAS PASSADAS 

Adversos são os ventos e os amores
Os temporais e míticos adamastores
Pela viagem o vento sulca os mares
A paixão mistura as sortes e azares

A noite apresenta um oceano de luz
O vaivém das ondas é a minha cruz
Sou solitário a vaguear pela cidade
O pensamento é mar de tempestade

Relembras os momentos passados
São as lembranças de enamorados
As lágrimas germinam nesse revés
E rasgam-se nostalgias de lés-a-lés

O teu olhar cruza e devora o desejo
Soam doces devaneios num solfejo
Não tens o meu carinho de outrora
E não sabes onde teu coração mora

Agora só posso esquecer ou sonhar
Saboreio nos lábios teu sabor a mar
Viajo em nuvens de prazer e fervor
À procura do teu sorriso e teu amor

© Afonso Domingues


 NÃO VOU MUDAR 

Não sou o santo nem vilão
Dono da verdade ou razão
Também já muito eu errei
Tanto como quanto amei

Vejo meus sonhos na tela
Uma paisagem pela janela
Talvez simples alucinações
Outros motivos ou razões

Eu vi-te para lá dum além
Rua ou calçada de Belém
E tão parecida e tão igual
Naquela imagem colossal

Meu olhar trémulo e fiel
Neste sabor amargo a fel
Só retenho as lembranças
Cheias de fé e esperanças

Jamais vou deixar de viver
Serei sempre o mesmo ser
E na minha forma de estar
Nunca esquecerei de amar

© Afonso Domingues


MEU DESTINO 

E deste destino eu não me contento
Nem quero ser passageiro do vento
Desejo ser cúmplice e companheiro
Quero sero teu amigo e teu parceiro

Num tempo que me deixou saudade
Tivemos dias de magia e felicidade
Existo para ver o teu sorriso divinal
Tão voluptuoso, sedutor e magistral

Vivemos os mais nobres momentos
E o que nos corria nos pensamentos
Áureos tempos de paixão sem rival
Atracção tão arrebatadora sem igual

Fixo o meu olhar ávido e penetrante
No teu corpo tentador e apaixonante
Vejo na tua pele dourada e imperial
Meu chamamento lascivo e sensual

Sonho ter-te a meu lado novamente
Enquanto temos vida e somos gente
Floresce nas minhas belas fantasias
Vem viver doces loucuras e alegrias

© Afonso Domingues


AGUARDO UM SINAL 

Ainda é para ti que eu escrevo
É querer, é lealdade e é enlevo
Rabisco na minha alma florida
Aquela carta que anda perdida

Avisto-te num reflexo de gente
Viajas pelo rio da minha mente
Estás em toda a rua ou esquina
No teu doce sorriso de menina

Nesse emaranhado de emoções
Sinto memórias e recordações
Sonho esses tempos de outrora
Pela noite ao romper da aurora

Sabes onde costumo caminhar
Qual o chão que desejo trilhar
Onde me encontro noite ou dia
Desesperando por uma alegria

Apenas ama quem deseja amar
É infinito como o céu ou o mar
Eu apenas espero um sinal teu
Nesse doce olhar de amor meu

© Afonso Domingues


LISBOA MINHA 

Desejo ir cada vez mais além
Começar no Oriente até Belém
E por outras vezes beijar Algés
Sempre com o Tejo a meus pés

Cantarei de Alfama à Madragoa
Até que a minha voz me doa
Recordarei os outros tempos
De felizes dias e de momentos

Observarei sorrisos e turistas
Verei as gentes e verei as vistas
Vou percorrer os becos e ruelas
Cheias de alfacinhas às janelas

Teço esperança de talvez um dia
Possa ver tudo que eu desejaria
Continuarei a procurar a razão
No meio do nada e da multidão

Apesar de vagabundo sem juízo
Sinto que mereço este paraíso
Quero apreciar a minha liberdade
Deambulando alegre pela cidade

© Afonso Domingues


L´ELA É DIVINAL 

O seu sorriso é a doçura
O olhar a minha loucura
É a rainha em delicadeza
E no seu jeito é Princesa

Tem um olhar magistral
O sorriso doce e divinal
E ela é Senhora e é rosa
Tão doce e maravilhosa

Eu quando a vejo revivo
Neste meu desejo cativo
São sonhos de ansiedade
Talvez a ternura da idade

Revejo nela as fantasias
Mundo de luz e alegrias
Ela cobre-me de emoção
Paz de espírito e paixão

Quero viver a felicidade
Ter um amor de verdade
Rebolar na areia do mar
Na minha ânsia de amar

© Afonso Domingues


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