Momentos
Capítulo II
Rimas & Quadras
AMAR COM TEMPO
Oh
ventos que nas montanhas uivais
Por este tempo de frescos vendavais
Fazendo a estação ficar sem sentido
Vais-nos roubando o calor merecido
Podíamos
receber um Sol abrasador
Uma primorosa Primavera feita flor
Os rios transpondo as suas margens
Levando sua água a outras paragens
A
lua presenteia-nos com seu Luar
Para um sinuoso caminho iluminar
A claridade das estrelas cintilantes
Transmite sua paixão aos amantes
No
sonho com teu olhar me invades
São instantes que deixam saudades
No teu sorriso é de beleza e doçura
Pela tua voz sai a melodia e ternura
Não
há uma época certo para amar
Seja no Céu, na terra ou até no mar
Aproveitando o calor do momento
Ama-se, caia chuva ou sopre vento
A
vida é bela, completa e imaculada
Continuando intensa a cada jornada
São fantasias ou devaneios de corar
Naqueles sensuais desejos de beijar
Uma
música tocada pela noite fora
É escutada onde o meu amor mora
O meu coração abre-se com fervor
Carregando muita felicidade e amor
© Afonso Domingues
DESEJO SONHAR-TE
Só quero manter o teu sorriso
Caminhar contigo pelo paraíso
Saborear o divino e o proibido
Comer o fruto mais apetecido
Vou alimentar a minha paixão
Serenar minha alma e coração
Trepar bem alto no teu monte
Pra saciar a sede na tua fonte
Folhear livros ou pergaminhos
Traçar os rumos e os caminhos
Libertar as amarras da ternura
Beber nos teus lábios a doçura
Esperar
longas horas pra te ter
Percorrer a avenida para te ver
Acompanhar-te pelo dia-a-dia
Num frenético ritmo de alegria
Quero apenas estar a teu lado
Sentir-me o único e tão amado
Assistir ao teu alegre despertar
E escutar os pássaros a chilrear
Não seriam prosas ou baladas
Ou tão pouco músicas rimadas
Sem o afecto da mulher amada
Seria triste e inglória a jornada
É no espírito deste amor vivido
Que minha loucura faz sentido
Eu quero para sempre amar-te
À luz do luar desejo sonhar-te
© Afonso Domingues
SUAVES EMOÇÕES
Sacudo o tédio e o esquecimento
Retorno ao limiar do pensamento
Revejo meu passado na memória
No sonho de reescrever a história
Imagino o futuro doce e amoroso
Num sentimento tenaz e saboroso
Como manjar perfeito e suculento
Suaves luxurias trazidas no vento
Num lindo destino que eu prevejo
Vou içando o emblema do desejo
O calor atravessa-me as entranhas
Contendo as excitações tamanhas
Oiço o peso e o galopar da idade
Sinto o desvanecer da felicidade
Estudo de rompante meu coração
Preparando-o para viver a paixão
Vejo os sorrisos que me espantam
Ou aqueles olhares que encantam
Assolam-me devaneios de loucura
Perante tanta beldade e formosura
Perco-me pelas curvas da tentação
Passo nas sinuosidades da emoção
Trepando montanhas de fantasias
Trilhando os momentos e alegrias
Quero recuperar afectos perdidos
E reconquistar os sonhos vividos
Experienciar a ternura e o fervor
Salvar uma vida inteira de Amor
© Afonso Domingues
CARÍCIAS DE PAIXÃO
Vejo-te com os olhos de ternura
Entendo no teu olhar tua doçura
Percebo-te nas entrelinhas nuas
E desde sempre e à muitas luas
Encontro-te pelos meus sonhos
Escorraço pesadelos medonhos
Protejo-te de todas as maldades
Cubro-te de afectos e bondades
Aponto a direcção e as margens
Acompanho-te nas tuas viagens
Seguro na firmeza desta relação
Escolhemos a música e o refrão
Que a Lua te indique o caminho
Te mostre quem te dá o carinho
A suave brisa sopre a inspiração
Para que vejas com teu coração
És minha alegria meu momento
Nunca sais do meu pensamento
Teu sorriso está na minha mente
Desejo ter-te agora eternamente
Transmites-me tudo que acalma
Trazes serenidade á minha alma
Fazes a minha paz e meu fervor
Completas-me com o teu Amor
Saibas quem de ti tem saudade
Quem de deseja doce felicidade
Sintas com o fervor e a emoção
Estas minhas caricias de paixão
© Afonso Domingues
MULHER QUE QUERO
Sopram ventos de
alegria e de glória
As passagens que ficam na memória
De momentos que nunca esquecem
E o nosso simples amor enriquecem
Melhores dias
não terei com certeza
São os tempos belos duma princesa
Sabe estar e caminhar por todo lado
Sempre enamorada pelo seu amado
É mulher
serena mas desembaraçada
Sabe o que quer e o quanto é amada
Dona de conhecimentos e sabedoria
Sabendo proporcionar amor e alegria
Vem com seu
aspecto frágil e singelo
Veste seu sorriso maravilhoso e belo
Sua alma é forte e sabe como resistir
Nunca foge à luta e não é de desistir
Mulher Leal,
companheira e lutadora
É sensível, virtuosa e empreendedora
Tira-me do sério com seu belo sorriso
E por instantes perco o jeito e o juízo
Os seus
divinos beijinhos e as caricias
Seus carinhos e miminhos são delícias
Quanto mais a tenho mais a quero ter
Transmite-me paz e vontade de viver
Eu quero-a ter
sempre perto de mim
Para sentir aquela essência a jasmim
Poder amar como eu sempre desejei
E ainda poder amar como nunca amei
© Afonso Domingues
O TEMPO A VOAR
Confesso que
sempre lutei
Icei as velas da vida e zarpei
Encontrei espíritos e sereias
Vidas mágicas ou odisseias
Enverguei
trajes de tristeza
Para por meu pão na mesa
E quando a fome apertava
Comia de tudo ou de nada
Cumpri a minha
demanda
Sem brado ou propaganda
Abracei meu triste destino
Sem covardia ou desatino
Saboreei
muitas amarguras
Nas promessas de ternuras
Levei facadas no meu peito
Sem ter mágoa ou despeito
Conheci
simulados amores
Abdiquei de falsos favores
E ao ver a minha alma nua
Eu declamei poemas à Lua
Recebi nobres
sentimentos
Dediquei doces momentos
Pois agora sinto-me amado
E meu coração apaixonado
Resta uma
amarga saudade
O não possuir menos idade
Mas de nada posso queixar
Apenas do meu tempo voar
© Afonso Domingues
NEM LONGE NEM PERTO DO AMOR
Quando os ventos sopram apregoando o amor
Despertando os vivos daquele nocturno torpor
Rasgando o nascimento duma soalheira aurora
Transporta-nos alegres até onde a paixão mora
O Sol já ilumina a face da Terra e o nariz da Lua
Modestas gentes erguem-se do leito para a rua
E este Mundo acorda do sono e da pasmaceira
Humildes e simples gentes com alma guerreira
Salta da toca uma lebre e uma raposa matreira
Esvoaça do ramo de cedro uma coruja altaneira
Nuvens passageiras já espreitam pelo horizonte
Devolvendo a chuva fresca e a beleza ao monte
Borboletas e abelhas passeiam pelas margaridas
Num campo imenso e cheio de pétalas coloridas
A perfeita harmonia da natureza e animosidade
Já rugindo distantes trovões de feia tempestade
São trovoadas próprias duma Primavera quente
Uma refrescante chuvinha que passa pela gente
São comos as breves paixões e amores de Verão
Acabam-se as curtas férias, essas paixões se vão
Caiu a noite e as moças saem aperaltadas à
rua
Arrastando os seus tacões altos pela luz da Lua
Regressando apressadas antes que rompa o dia
E quando no arraial já se toca a ultima sinfonia
Todos viveram versos de amores ou de paixões
Sonhos de encantar e magia e outras emoções
Juras duma eterna felicidade e até casamentos
Mas eram tradições e virtudes doutros tempos
© Afonso Domingues
TAÇAS DE MAGIA
São contos de duendes e fadas
Choros abafados em almofadas
Num romance para estremecer
Daqueles que se planeiam viver
Amor eterno
foram promessas
Orientadas por portas travessas
E essa paixão bela nunca findou
Se nunca a ternura se esfumou
Num dia a
alma acaba a sangrar
Pelo tanto querer e muito amar
São infortúnios das sinas vividas
Dos afastamentos e de partidas
Distancias
que geram saudades
São sentimentos destas idades
E sem nunca lhe querer um fim
Jamais o cavalheiro amou assim
Perderam-se
ternuras e afectos
E a imaginação teceu projectos
Vividos em tempos de bonança
Quem ama alimenta esperança
De seus corpos
brotaram flores
Sublimes momentos de amores
E maravilhas que ninguém vivia
Essa paixão renovada a cada dia
Imaginam-se
instantes quentes
Sonhos e desejos adolescentes
Adiciona-se uma taça de alegria
Sorrisos e uma pitada de magia
© Afonso Domingues
BAÚ DE LEMBRANÇAS
Passo horas no topo da árvore sentado
Avisto ao longe aquele tempo sonhado
Repito a passos trémulos os momentos
Passo em retrospectiva os sentimentos
Vou cortando
os ramos fúteis e daninhos
Os meus tornozelos doem dos caminhos
Foram muitas auroras sem eu despertar
Um dia esfrego os olhos é o meu acordar
Desço assim à
terra e afasto-me de tudo
E observo a natureza, pensativo e mudo
Absorto pelos sonhos e pela imaginação
Ouço de novo aquela melodiosa canção
São muitos
instantes que fotografamos
Outros vão para o coração que amamos
Todos fazem parte de um todo passado
Produzindo um álbum do tempo amado
Um dia
passarei por essa densa floresta
Do topo da única árvore que ainda resta
Cruzarei um olhar pelo horizonte infinito
Para vislumbrar o que na alma foi escrito
Que iguais mistérios
estarão por divulgar
Desse tempo belo, encantador e singular
Penso que ninguém o saberá totalmente
São essências íntimas ficam com a gente
Sinto atravessar
um arrepio no coração
São instantes transbordando de paixão
Vale a pena gravar as minhas emoções
Bem guardadas no baú de recordações
© Afonso Domingues
MAR DA PALHA
Entre os bancos de areia e turbilhões
Avistamos pelas margens os casarões
Vislumbramos as bonitas esplanadas
E algumas gentes a correr apressadas
Nesta imensidade
de água espelhada
Pela qual a Grande Lisboa é banhada
Povoada por turistas e trabalhadores
Testemunha várias paixões e amores
Cruzamos com
grandes carregueiros
As fragatas, os veleiros e os cruzeiros
As bandeiras coloridas nos pavilhões
Sempre engalanadas as embarcações
Vemos as
águas turvas num corrupio
Presenciamos a vida e azáfama no rio
Uma estrada a transportar multidões
Para locais de labuta ou outras razões
Nesta
cruzada de correrias aceleradas
As belezas deste rio acabam ignoradas
Assistimos a estas lides serenamente
São as habituais jornadas desta gente
As pequenas
ondas trazem miminhos
E outras transportam demais carinhos
Num Mar de águas calmas e de magias
Repleto de infinitas ternuras e alegrias
Mar da Palha
com emoções e saudade
Onde predomina o amor em liberdade
Travessias de muito afecto e emoções
Momentos de delírio de dois corações
© Afonso Domingues
ALMA LIVRE
Só eu sei
que esta minha alma jamais estará refém
E nem essas fortes e súbitas tempestades a detém
Ela é simples e vai livre na sua procura ou no saber
Achou numa mulher a delicadeza e a leveza do ser
Encontra-se
em plena sintonia de ânsias e prazeres
Uma harmonia perfeita nos corações de dois seres
Das profundezas dos mares aos confins do Universo
Uma paixão que rima em amor e se exulta em verso
A minha alma
até podia vaguear livre mas ela sofria
Faltava-lhe a outra metade para lhe devolver alegria
Precisava encher de amor quem o seu amor achasse
Poder amar loucamente quem seu coração cativasse
Serei um
homem nostálgico e triste sem essa doçura
Sem a poderosa nuvem que transporta tanta ternura
Só desejo usufruir deste doce privilégio eternamente
E viver com alegria os devaneios da alma e da mente
Se for
preciso galgarei por montes e vales encantados
Passarei por templos de culto e outros locais sagrados
Lutarei com determinação com os monstros e dragões
Só vou parar quando alcançar um paraíso de emoções
Quem o meu
amor acolhe, tudo enfrenta e nada teme
Porque confia na paixão e na cumplicidade que recebe
Sente-se sempre muito segura, confiante e destemida
E como uma mulher decidida, sabe escolher a sua vida
Precisava de possuir o poder de nas estrelas escrever
Para que esse infinito Universo me pudesse conhecer
Encontrar nos confins do Mundo este habitante e ser
E ficar a saber o quanto eu amo e o quanto amo viver
© Afonso Domingues
POESIA DE AMOR
Quem não
gosta de poesia
Jamais conhecerá tal magia
Nunca sentirá o que é a dor
Não saberá o que é o amor
Pela manhã
chegue alegria
E se conserve por todo dia
Dêmos salvas aos corações
Que sabem viver emoções
Poesias são
como canções
Dizem verdades ou ilusões
E todas elas nos dão calma
Enchem de paz nossa alma
Abençoado
seja um poeta
Traça no cupido uma meta
Acorda-te desses torpores
E faz ressuscitar os amores
Em sete
quadras é escrito
O que nunca antes foi dito
Divagações de uma mente
E igual às de toda a gente
Êxtases dum
ser e coração
E delírios de pura emoção
Pelas várias linhas rimadas
As vidas de almas amadas
Homem que
escreve é feliz
Porque sonha tudo que diz
Melodias para uma canção
Versos de ternura e paixão
© Afonso Domingues
NADA NOS SEPARA
Muralhas de saudade que se deparam
Não são raios e coriscos que nos param
Vai sempre a correr como se idealizara
O que nos une é forte nada nos separa
E eram estes momentos que eu queria
Momentos de serenidade de harmonia
Um coração em paz e em tranquilidade
Numa ilimitada porção de cumplicidade
Façam-se
torniquetes ou até labirintos
Dêmos liberdade aos amores famintos
Busquemos no coração uma alma pura
Recebamos paz das asas dessa loucura
Não é a saudade
que o amor fraqueja
E também não enfraquece pela inveja
Nem nenhum outro fantasma a corrói
Porque quando é forte nada o destrói
Enquanto estiver bem acesa a chama
Nada e ninguém separará quem ama
Venham doutores ou demais arautos
A descrita paixão não é para incautos
De
controvérsias sem sentido ou nexo
E igual paradigma imoral ou complexo
Um Mundo que vai eternamente girar
Ninguém o poderá impedir nem parar
Deixem-me
sorrir das vossas evasivas
São apenas desperdiçadas tentativas
Para essa vossa angústia e frustração
Nós ficamos no amor e somos paixão
© Afonso Domingues
EMBRIAGUÊS
Assim eu estou embriagado
E sinto-me bastante toldado
Por esta vida bela em paixão
O perfeito abrigo do coração
Perguntam-me porque amo
Não respondo nem reclamo
A mim ninguém pode julgar
Se amo é porque amo amar
Até tentaram matar o amor
Pois queriam infligir-me dor
Nem sequer fiquei ofendido
Esse insulto nem foi sentido
Revolvam as vossas mentes
Com os corações contentes
E baloiçados por esta canção
Retirem o espírito da solidão
Encham-se de
paz e de glória
Outros instantes de memória
Gozem sensações de pureza
Convertam a vida em beleza
Afectos dão-me a motivação
Vivo de loucuras e de paixão
De momentos para recordar
Esta embriaguez é pra durar
Se sou
amante ou sou pirata
Só sei que o amor não mata
Quero tudo que seja carinho
Afecto selado num beijinho
© Afonso Domingues
LOUCURAS DE PAIXÃO
Dessa
alvorada nasceu dia
Acordei de sonhos e magia
Passeamos felizes pela rua
Nessa cidade aberta e nua
Recordar
tempos de rapaz
Corremos de alegria e paz
Adorei este dia primoroso
Enamorado e maravilhoso
São as caricias
no caminho
Os gestos doces de carinho
Apertados abraços de calor
Baladas dum sentido amor
Os momentos
de saudade
E olhares de cumplicidade
Como melodias da canção
Estão no ouvido e coração
Toques suaves agradáveis
São revelações amoráveis
Mais sorrisos de perdição
As irreverencias da paixão
As
malandrices e tonturas
Brincadeiras ou diabruras
E muitas outras emoções
Unem os nossos corações
E podem
parecer loucuras
Os miminhos e as doçuras
Ou afectos demonstrados
Mas vivemos enamorados
© Afonso Domingues
VENDAVAL DE AMOR
Sem castelos
ou sem fortunas
Majestosos palácios e farturas
Não nasci nobre nem cavaleiro
Mas fui à luta como cavalheiro
Tempos de
ventos e desilusão
Amores incautos ou decepção
Nem tudo se revelou ser ruim
Apendi a sobreviver para mim
Conservei
meu sonho natural
Na esperança de o tornar real
Imaginei sempre um final feliz
Meu sonho como força motriz
Ocupam
sempre as memórias
Os nossos insucessos e glórias
Lutei com monstros e dragões
Mas eu nunca matei corações
De muitos
espíritos proscritos
Por entre arautos ou eruditos
Houve gente que nunca amou
Sem amor tudo o vento levou
E não sei
como me aconteceu
Homem sem sorte ou apogeu
Rostos simpáticos e nada mais
Foram nos ventos e vendavais
Abeiraram falsas apaixonadas
E alguns sapos ou rãs beijadas
Então no meio da vã incerteza
Nasceu pra mim uma Princesa
© Afonso Domingues
SE O AMOR ME SORRIR
Eu erro eu
sou um simples mortal
Se magoei o amor não foi por mal
Sei remendar todo o meu engano
Pois eu sou homem e ser humano
Tenho gente
que não me entende
E nem qualquer alma me defende
Serei aquele lobo solitário e triste
Sinto que solidão por vezes existe
Eu nunca pedi perdão aos santos
Nem a clemencia doutros prantos
Tenho esperança no meu destino
Eu nunca fui hipócrita ou cretino
Quem me escolhe é compensado
Nasci com o espirito dum soldado
Serei companheiro leal até ao fim
Basta somente acreditar em mim
Serei persistente e serei teimoso
Nem me assusto e sou orgulhoso
Confio com respeito em lealdade
Como as atitudes e cumplicidade
O que farei eu neste Mundo cão
A perseguir o amor ou a emoção
Quantas vezes me sinto perdido
Se tudo faço para ser entendido
E posso sentir-me muito cansado
Noutras vezes bastante desolado
Nunca serei covarde para desistir
Enquanto o nobre amor me sorrir
© Afonso Domingues
COLHEITA DE AMOR
Por entre os
crentes e os descrentes
Move-se o destino de muitas gentes
O nosso futuro não se pode escolher
E só o que semeamos se pode colher
Felizes os
que acreditam sem hesitar
Que um dia o amor os vai maravilhar
Serão almas penadas os desistentes
Bem-aventurados os tais resistentes
Quem
acredita nos dias da sua glória
Preservará para sempre na memória
Anjos a entoar as mais belas canções
Suaves melodias a derreter corações
Se um dia o
dom dum amor te visitar
Agarra-o sem nunca o deixar escapar
Ofertas assim são tão raras e divinais
Que quando fogem não voltam mais
E se te
encanta um pássaro a chilrear
Nem o deves capturar nem o enxotar
Alimenta-o pra que continue a cantar
E pede-lhe para que te ensine a voar
Usufrui
desse bem que hoje recebas
Ainda que não alcances ou percebas
Porque um dia podes-te arrepender
De perderes o teu amor sem o saber
Recebe todas
as dádivas do caminho
Aceita essa imensa ternura e carinho
Reconhece quem só quer o teu bem
E retribui com a tua doçura também
© Afonso Domingues
COMBOIO DO PARAÍSO
Que nunca se
quebre o feitiço
Nesta pobre cabeça sem juízo
E que nunca advenha prejuízo
Para este amor que eu preciso
Desejo
navegar pelo Universo
Rimar meus poemas em verso
E pelos labirintos duma paixão
Descobrir segredos do coração
Serei marinheiro
e astronauta
Um velejador e um argonauta
Por mares bravios e universos
Pelas estrelas ou sois diversos
Partirei
corajoso à descoberta
Dum coração de mente aberta
Até atracar no porto de abrigo
Aniquilando o diabo e o perigo
Finda esta arrojada trajectória
Subsistam momentos de glória
Gravados para futura memória
Pelos pergaminhos da história
Por entre o olhar e um sorriso
Neste comboio para o Paraíso
Sobre carris de calma e alegria
Reinem a justiça e a harmonia
Eu terminarei os meus escritos
Se pelos locais mais recônditos
Conquistar amizade e respeito
Desse amor guardado no peito
© Afonso Domingues
PRESERVAR AMOR
Quando um
homem sabe escolher
No coração seu amor sabe manter
É como uma ave que voa e nidifica
Do seu ninho de paixão não abdica
Um verdadeiro homem é exigente
Preservando a sua atitude decente
Podendo provar diversas emoções
Não se deixa cair em vis tentações
A mulher
madura é uma tentação
Cativa minha alma e meu coração
Conhece quem a ama de verdade
E retribui com carinho e bondade
Vem daí
minha imaculada donzela
Fazeis a paisagem grandiosa e bela
Minha diva na beira do rio sentada
Inspiraras o poeta tão enamorada
Tu que
surges bela e de mansinho
Saberei premiar teu suave carinho
A doce voz que minha alma acorda
Dessa ternura que de ti transborda
Como a
sereia em areias douradas
Ou pelas cristas de ondas salgadas
Chega maravilhosa, sensual e bela
E aguardo ansioso pelo amor dela
E o meu amor
não é uma qualquer
Ela é uma pequena grande mulher
Apaixonada, amiga e companheira
Amor autêntico para a vida inteira
© Afonso Domingues
DOM DO PODER
Tu que dominas as tormentas e tempestades
Que deambulas e trilhas por aldeias e cidades
Desembainha e ergue a Tua espada ao vento
Auxilia quem aclama por afecto e sentimento
Incute juízo
nas mentes dos estrambelhados
Sacia a fome aos famintos e aos esfomeados
Mata de vez a sede aos sedentos e sequiosos
Descobre a careca aos vigaristas e manhosos
Constrói
abrigos para pobres ou desalojados
Concede energias aos persistentes cansados
Trata as doenças de enfermos e de acamados
Restitui a saúde aos doentes e aos enfezados
Corta a raiz
à desgraça e a língua à malvadez
Enrola no êxtase dum abraço a nossa nudez
Desata o nó cego da desonra e da crueldade
Devolve com harmonia a paz à humanidade
Elimina com
a tua lança cobras ou serpentes
Ampara à tua passagem crianças e inocentes
Exibe o segredo da bondade aos impiedosos
Ajuda com o teu cajado os fracos e os idosos
Derrama
ondas de paixão pelos apaixonados
Ensina destrezas de ternura aos mal-amados
Prepara com bondosas doutrinas os profetas
Inspira com vocabulários de rimas os poetas
Ordena aos
anjos que entoem doces canções
Ao cupido que trespasse o ódio dos corações
Transmite a ciência e sabedoria aos amantes
Restaura a ordem e o amor que havia dantes
© Afonso Domingues
SOCIEDADE CRUEL
Na sombra de chaparro ou azinheira
Onde uma vã cigarra canta altaneira
Repousa a gente humilde e honrada
Nas pausas da sua exaustiva jornada
Nesta
sociedade mórbida de vaidade
Acabou-se a sensatez e honestidade
Cresceu a percentagem de vigaristas
Os homens ficaram cegos e egoístas
Matou-se a honradez
e a humildade
Esfumou-se a verdade e sinceridade
Apostou-se na vadiagem e no prazer
E o que importa é a boémia e o lazer
Todos querem
ser donos da verdade
Mas ninguém sabe usar de liberdade
Lutem pela obtenção da paz e Justiça
Alheiem-se da banal inveja ou cobiça
Pelos prados perfumados de jasmim
Suave amor abre os braços para mim
Recebo essa carícia meiga e amorosa
Ofereço o sentido abraço e uma rosa
Deixem de viver luxos ou aparências
Pratiquem amor e as suas essências
Não acreditem no coração enjeitado
Que a desilusão o deixou destroçado
Mas se tudo podia ser simples assim
E se sentimento sincero não tem fim
Quem planta amor eleva-se e insiste
Pois quem quer amar jamais desiste
© Afonso Domingues
SUBLIME CORAÇÃO
Num Universo imenso de estrelas e constelações
Caminhante nesta vida sem ensaios e repetições
Dos tempos que a palha era colchão e travesseiro
E as vestes e o calçado as mesmas no ano inteiro
Enregelavas na escura noite com o frio de
Janeiro
Apenas havia trabalho com alegria e sem dinheiro
Partiste para o desconhecido, sem eira nem beira
Resististe às tentações sem ultrapassar a barreira
Venceste na razão onde muito humano fracassou
Precisando até comer o pão que o diabo amassou
Insucessos jamais foram acolhidos nem admitidos
Enquanto projectos ambicionados foram vencidos
Uma ausência de dogmas de inveja e de
maldade
Imersa numa voz de revolta da justiça e liberdade
A procura da paz e do amor sempre foram o lema
Onde a crueldade e o ódio são a raiz do problema
O pai não foi da burguesia, sangue nobre não
tem
Sempre olhada na altivez do desprezo ou desdém
Travando pela vida uma luta desigual e inteligente
Granjeando a admiração e estima de toda a gente
Vestindo um espirito puro, cristalino e
transparente
Apoiada por uma alma generosa e resplandecente
Sendo capaz de praticar o bem sem olhar a quem
O coração bondoso que pouco ser humano detém
Só podia ter esta distinta donzela por
companheira
Por quem a minha ardente paixão ficou prisioneira
Quando essa exuberância da adolescência aclama
A essência dum coração sabe escolher quem ama
© Afonso Domingues
A VOZ DO CORAÇÃO
Talvez o destino já fosse traçado
E num divino Universo planeado
São acasos tão deliciosos e reais
Recordações de chorar por mais
Acontecimentos
e coincidências
Talvez os destinos ou evidências
Esse belo instante fora sonhado
Senti-me seduzido e enamorado
No instante
certo e no momento
Soubeste ler o meu pensamento
Guiaste o teu belo olhar pra mim
Mais ninguém o tinha feito assim
Calcorreei algures de rua em rua
Tanta alma no mundo só vi a tua
Desta vez eu não perdera o juízo
Pois eu vi a paixão no teu sorriso
Encontro-te
apreensiva e curiosa
Naquela primeira visão uma rosa
Entendi que só poderias ser a tal
Teu deslumbre modesto foi fatal
Vejo-te com os olhos de ternura
Entendo no teu olhar tua doçura
Percebo-te nas entrelinhas nuas
Foi desde sempre e à várias luas
Eu escuto-te com o meu coração
Transmites-me o calor e emoção
Colocas nos meus lábios o sabor
Numa ternura de paixão e Amor
© Afonso Domingues
CORAJOSO AMOR
Com as mensuráveis caricias e ternuras
As cantadas de afecto e outras mesuras
Sob um tecto de nuvens no azul pintado
Um romance quente do par apaixonado
Transpondo ribeiros de cristalinas águas
Lufada de ar fresco para lavar as mágoas
Como quedas de água em pedras polidas
São maravilhas pela natureza esculpidas
Ténues façanhas nunca outrora sentidas
Recordadas dos sonhos de noites vividas
Sucessões de desculpas e promessas vãs
Atiradas para o ar como o coaxar das rãs
Nessa floresta mágica do vale encantado
Recordam o oculto e misterioso passado
Friestas dum Sol que lustram a paisagem
Moldura perfeita para uma bela imagem
Mas o amor verdadeiro não é bem assim
Não deixa transparecer dúvidas sem fim
Ignora com tolerância disparates alheios
Ultrapassa falsos medos e dúbios receios
Nesse fenómeno de paixão ou incerteza
O amor pode ser calmo como a natureza
Basta que a harmonia reine nos corações
E se evitem as infidelidades e desilusões
Coíbam-se de planear amar sem verdade
Essa barbaridade desmorona a dignidade
Certas maravilhas apenas são para alguns
Para corajosos e ousados e mais nenhuns
© Afonso Domingues
EU SOU O AMOR
Não quero ser um homem simples apenas
Quero criar os meus sonhos e meus lemas
Nem ser aquele que só fala sobre paixões
Nunca serei um reles vendedor de ilusões
Não desejo apenas escrever sobre o amor
Também não desejo ser o causador da dor
Quero colher nas estrelas os meus sonhos
Eliminar as tristezas e os males medonhos
Gostava de espalhar a bondade ao Mundo
Vaguear no Universo como um vagabundo
Navegar os sete mares numa rude jangada
Viajar o desconhecido com a minha amada
Quero um quarto com o cheiro do alecrim
E os lençóis sejam macios de branco cetim
Ter uma casinha pequena com uma janela
Para poder apreciar o quanto a vida é bela
Ter um lar onde obtenha a suave harmonia
E onde o afecto seja um hábito de cada dia
Poder acabar com as injustiças e os abusos
E um cão leal e fiel que espante os intrusos
Queria de ter um jardim belo e perfumado
Recheado de flores e à beira mar plantado
Que me permita divagar nas noites de luar
E para a paixão da minha vida eu recordar
Os meus desejos são de carinho e ternura
Carregados com esperança e com doçura
E enquanto meus frugais poemas compor
Flutuo no sonho de ser eu o próprio Amor
© Afonso Domingues
CLAVE DE SOL
Brilhantes e desenfreados alazões
Saltando e brincando sem grilhões
Manadas velozes correm ao vento
Por verdes prados a todo o tempo
Ouvem-se bem longe os cantares
Seguem trabalhadores aos pares
Vão ceifando as searas douradas
Em tempos anteriores semeadas
Começou o período das caçadas
São as rolas que voam assustadas
Escutam-se os grilos nas lavradas
Cantam os cucos nas carvalhadas
Riachos e cachoeiras que correm
São recordações que não morrem
E saudades que nunca esquecerei
De uma natureza que sempre amei
Diga quem não sabe que sou louco
É verdade de louco tenho um pouco
Prefiro que o meu Mundo seja assim
Escolherei quem quero perto de mim
Gozemos
esta maravilhosa natureza
Admiremos essa fascinante beleza
Tratemos bem quem nos dá vida
Antes que seja uma causa perdida
E aquelas manhãs radiosas de Verão
Davam mais alegria que aqui não dão
Adoeço por respirar gases e metanol
Escolho o campo minha Clave de Sol
© Afonso Domingues
UMA VIDA DE PAIXÃO
A nossa vida será sempre pequena
Nem que ela dure por uma centena
Olhamos os momentos de alegria
Tantos outros vestidos de nostalgia
Conhecemos histórias de paixões
Provamos o gume das desilusões
Chega o dia que nos lamentamos
E apenas porque somos humanos
Acreditamos nas pessoas sem querer
Deparamos com o amor sem saber
Encontramos os amores e desamores
Suportamos os demais dissabores
Mas o que melhor nos serve e agrada
É uma vida venturosa e enamorada
A que guardamos para sempre em nós
Não queremos a tristeza de ficar sós
Esquecemos as desilusões da
vida
Recordando tamanha felicidade vivida
Tentamos amar o mais que podemos
E vamos amando como sabemos
São as esperanças e as ilusões
sentidas
Em décadas de felicidade perdidas
Com fúteis desconfianças e descrenças
Entre outros conflitos ou desavenças
Ferimos quem mais amamos com
certeza
Nesta contenda nenhuma alma sai ilesa
Tudo ser querer e sem deixar de Amar
Desejamos uma vida de paixão carregar
© Afonso Domingues
NO MEU CÉU
Na imensa constelação a minha estrela
Enalteço aos belos luares só para vê-la
Nesse picotado cintilante tão disperso
E a cada pontinho brilhante meu verso
Vejo o meu Céu o meu pano de fundo
Em qualquer local ou parte do Mundo
Horas a olhar para a poder vislumbrar
E nesse infinito a alma gémea admirar
Adoro aquele sorriso doce e reluzente
Que sobressai num Universo de gente
O único que põe a felicidade a sonhar
E deixa meu coração delicado a vibrar
Como encontrar agulha num palheiro
É difícil descobrir um amor verdadeiro
Pressupostos e promessas fracassadas
Ou questionáveis e duvidosas amadas
Desistir não entra no meu vocabulário
São meramente contas doutro rosário
Como um audaz e destemido soldado
Quem se resigna não sairá afortunado
Precisava de reprimir a minha agonia
Roma e Pavia não se fizeram num dia
Aprendi a domar a essência da Paixão
Ao seguir a estrelinha do meu coração
Saí vencedor dessa espinhosa jornada
Porque encontrei uma donzela amada
Fui brindado com uma nobre surpresa
O Amor tranquilo duma linda Princesa
© Afonso Domingues
NA NOSSA CAMA
Podemos não ter opulentos acolchoados
Nem lençóis de cetim ou caros bordados
O que importa é a envolvência e emoção
E os propósitos que sustentam o coração
O melhor de tudo é uma vivência amável
Um leito de paz e consonância agradável
Não nos interessa possuir luxo ou enfeite
Quando maravilhoso é o gozo e o deleite
Entre as quatro paredes pratica-se magia
Num composto de felicidade e de alegria
A disposição e prazer são uma constante
Predicados autênticos de exímio amante
São desejos de amor retidos na memória
Para eternamente o relembrar em glória
Criados em sonhos íntimos e encantados
Doces intentos de espíritos apaixonados
E num desafio de dança e de provocação
Onde cada gesto de afecto é uma canção
Desígnios dos casais livres e enamorados
Para esse ritual seduzidos e enfeitiçados
O prévio festim das acções preliminares
Leves preparativos em relações ímpares
Um suave toque de lábios humedecidos
Ou demais devaneios jamais esquecidos
São décadas de amor que ainda perdura
Num emaranhado em caricias e ternura
Conservando intensamente essa chama
E manifestando a paixão na nossa cama
© Afonso Domingues
NOSSOS ARREPIOS
Uma aragem quente em pleno Inverno
Chuvisco d´agua num Verão do inferno
E outra qualquer contrariedade surreal
Factos que saltam do perfeito e normal
Adversidades intemporais ou cortantes
E estrondosas trovoadas relampejantes
Grandes tempestades de chuva e vento
Tudo que passa a ténue linha do tempo
Distintas discordâncias pouco habituais
E outras sucessivas diferenças abismais
As contendas patetas ou insignificantes
Essas desmesuradas brigas de amantes
Aquele beijo roubado no vão da escada
Paragens forçadas na berma da estrada
Vestidos rodados os peitos desnudados
E vigorosos abraços afáveis e apertados
Mãos irrequietas por todo lado a vadiar
E os rostos colados e rosados a escaldar
As bocas ávidas e sôfregas no seu saciar
Esse perfeito quadro acabado de pintar
Um cubo de gelo em corpos escaldantes
Em momentos voluptuosos e delirantes
Mordidelas suaves de doces sacanagens
As unhas afiadas nos suspiros selvagens
Delicados afectos de línguas açucaradas
O abafado prazer de coxas entrelaçadas
Os atraentes sorrisos de plantar elogios
Dentadinha no pescoço nossos arrepios
© Afonso Domingues
LANGUIDOS OLHARES
Vinhas desnuda nessa tua curta saia
Ias imune a qualquer piropo ou vaia
A tua lasciva aparência dava o mote
Na altiva vista de teu peito e decote
Transportada pelos teus altos saltos
Deixavas os homens de sobressaltos
Sacando-lhe aquela tão sóbria razão
Incutindo-lhe no corpo a bela paixão
E ao olhar lascivo para essa silhueta
Nessa tão brilhante estrela e cometa
Revejo recordações e mais fantasias
Daquelas que trazem tantas alegrias
Quando a visão na tela é formusura
Fonte de imensa frescura ou doçura
Quem me dera um dia conquistar-te
Então segredar teu ouvido e amar-te
E nessa aparência tão deslumbrante
Digna de ser a mais perfeita amante
Vários devaneios imaginei ou sonhei
E outras divagações que nunca direi
Adorava poder nessas ondas sonhar
Unicamente nessas curvas caminhar
Puxar-te até mim pra poder beijar-te
E mostrar-te em poesia a minha arte
Só meter-te na cama não me acalma
Desejo saborear os prazeres da alma
Oferecer os motivos para me amares
Nesses tão puros e languidos olhares
© Afonso Domingues
ENTENDER AMOR
Não queiras entender o impossível
O que tu sentes jamais será visível
Sentimos a melancolia da saudade
Recebemos instantes de felicidade
Nunca tentes perceber o imaculado
Ele nasce no coração do ser amado
Ter o dom da coragem é importante
Para ser homem e para ser amante
Venham de lá os ventos ou trovões
Tempestades e chuva de emoções
Anjos trovadores cantem de alegria
Agradecendo e festejando novo dia
Amor tem valor por ser conquistado
Por desejo dum espírito enamorado
Cresce nos prados dos sentimentos
Alimenta-se na magia de momentos
Nesta loucura de fantasia e poesia
Quero usufruir esta deliciosa magia
Escutar na noite o teu doce respirar
Saborear o vigor do teu doce beijar
Nasceste para mim cheia de fervor
És meu raio de Sol, nascida em flor
Vieste iluminar de paz meu coração
Descobriste em mim a nobre paixão
Despertaste ternura na minha idade
Trouxeste-me o desejo da felicidade
Fizeste os meus impossíveis sonhar
Recuperaste minha vontade de amar
© Afonso Domingues
SONHAR AMOR
Sou um cavaleiro nesta vida em vazio
Existo no pranto do teu gozo e arrepio
Sustem a voz da tua respiração e vem
Vamos rogar luz aos espíritos do além
Supero nas lágrimas a dor do Universo
Escrevo por amor meu poema e verso
Permitir os sons da dança da liberdade
Espantar esses demónios da saudade
Reescrevo nos pergaminhos a história
Partilho na memória minha doce glória
Olhas-me num soslaio de desconfiada
Tua linha do destino já nasceu traçada
Desconheces que já és minha amada
Agradecendo ao Sol em cada jornada
Libertas os sonhos num mar de fervor
Despertas em mim os desejos d´amor
Surripio um beijo nos lábios da doçura
Sorrindo desse atrevimento ou loucura
Estendes teus afectos ao meu coração
Surges no limiar do desejo e da paixão
Se for tua vontade dá-me o teu beijinho
Tenciono sentir e devolver esse carinho
Vamos crescer e florescer nessa magia
E a felicidade cresça para nossa alegria
Serás guardiã e testemunha do destino
E as estrelas guiarão o nosso caminho
A Lua virá oferecer o seu brilhante luar
Enquanto escutamos as ondas do Mar
© Afonso Domingues
VERSEJEI A TUA PELE
Eu tentei usar uma tinta deveras especial
Pra que ficasse numa perfeição sem igual
Tentei argumentar encruzilhadas de razão
Mas tive que escrever o desejo e a paixão
Mas porque vou resistir a tamanho amar
Ou escolher sinuosos trilhos pra caminhar
Quando a nossa sorte já nos está destinada
Nesta breve passagem por vezes tão errada
Eu verifiquei todas as prosas do nosso rimar
Num destino certo que já não podemos mudar
Seja ele impiedoso e triste ou apenas singular
Ficará esculpido na memória para recordar
A tinta escorre pelo corpo sem mata-borrão
Pele sedosa e macia na palma da minha mão
Sinto o calor palpitante do teu ser imaculado
Tão feliz e contente, só por ser o teu amado
Não desejei que fosse uma simples tatuagem
Quis gravar na tua alma a minha mensagem
Redigi vários poemas para depois escolher
E a sonhar acordado acabei por adormecer
E sobre os meus desejos dum beijinho teu
Reacendi de novo o coração por ti, Amor meu
Então vejo o meu penoso esforço finalizado
Sentindo paz e alegria de homem apaixonado
O amor não se mede em poesias ou em prosas
Nem tão pouco por um lindo punhado de rosas
Distingue-se pelo que sentimos a cada instante
Na qualidade de amigo, confidente e amante
© Afonso Domingues
TUDO POR TI PRINCESINHA
Os safanões que esta curta vida nos oferece
Jamais nos mata ou tão pouco nos esmorece
São apenas sinos para nos avivar a memória
E para nos conduzir para a verdadeira glória
Poderei viver mil anos e mesmo muitos mais
Saberei retribuir todo esse amor que desejais
Eu caminharei ao teu lado e nos teus sonhos
Libertarei emoção e teus momentos risonhos
Compro-te tudo que desejares e te faça feliz
Lindos vestidos de cetim e sapatos de verniz
Passearei pelas tuas aspirações e caminhos
E deixarei na passagem, ternuras e carinhos
Eu vejo-te na beleza dos prados verdejantes
Sinto-te nos sonhos e devaneios dos amantes
Voando planícies de malmequeres multicolor
Gozando das liberdades da natureza em flor
Pousamos nas nuvens para que vejas a Lua
Voltaremos à Terra e caminharemos pela rua
Deixando marcas na praia d´águas onduladas
E te poderes bronzear pelas areias douradas
Vejo em ti aquela mulher que sempre almejei
Não esquecerei as noites que contigo sonhei
Terei sempre na alma o teu sorriso e emoção
Carregando o meu peito com a nossa canção
Quando o amor te sorrir, não o deixes partir
Porque amor assim, jamais te voltará a sorrir
Eu apenas desejo entregar-te o meu coração
Fazendo-te sentir todo o meu amor e paixão
© Afonso Domingues
VEM SER MINHA
Tu que
serpenteias tão airosa pela rua
Tal um riacho pela várzea ou serra nua
Só desejo penetrar no seio da tua alma
Provar teu doce sorriso que me acalma
Firme no teu ziguezague bamboleante
Simples e magistral e nada provocante
Soltas um olhar e teu perfume jasmim
Pões-me a vibrar ao passares por mim
És como a brisa que refresca o meu dia
Encantas o meu ser como uma melodia
Podemos juntos viver a nossa fantasia
Habitar numa ilha com afecto e magia
Quero sussurrar à Lua a nossa emoção
Cantar aos sete ventos a nossa canção
Chamar pelos anjos para testemunhar
Todos os segredos que te quero contar
Foi escrito nas nuvens o nosso destino
Experimento uma felicidade de menino
Tu existes em mim em cada momento
Brotas no meu coração como alimento
Desejava que o Oceano fosse dourado
E o Céu ficasse eternamente estrelado
Ouvíssemos belas músicas de embalar
Até o cúpido da paixão nos encontrar
Sinto as tuas intenções no meu sonhar
Percebo nas estrelas a vontade d´amar
Vamos escutar o mar doce Princesinha
Vem rebolar na praia e vem ser minha
© Afonso Domingues
DE MASCARA COM AMOR
São apenas negócios
riscados
Um louco dia de enamorados
Simplesmente uma hipocrisia
Quando a paixão não tem dia
Nem sequer será romantismo
É um dissimulado fetichismo
Apenas idiotices dessa gente
A tentar provar o inexistente
Ninguém pode parar o tempo
As promessas voam no vento
São meras vaidades da mente
Um coração ama eternamente
O ano está de pernas para o ar
Celebrem alegria dentro do lar
Festejem a alegria e intimidade
Apesar do desejo e da saudade
Gozemos a euforia mascarada
Uma brincadeira ou palhaçada
Uns a saltar e outros a sambar
Protegidos em casa a confinar
Haja bom vinho e bom petisco
Mais uma bela dose de marisco
Vamos viver a vida em alegria
Semeando ternura em cada dia
O Amor não detém publicidade
Renasce com a doçura da idade
Vive dos momentos alucinantes
Saciado em desejos de amantes
© Afonso Domingues
ORFÃO DE PAIXÃO
Ainda não sei
quando parto
E pelo deserto do meu quarto
Sinto-me rejuvenescido de luz
Só detenho a saudade como cruz
Pairam sonhos na escuridão gelada
Noutra noite saudosa e sem nada
Na janela entreaberta vejo a Lua
E imagino-te ali sorridente e nua
Vejo-me só na penumbra solitário
Como uma sina e o meu fadário
As estrelas arrepiam o caminho
Mas não apalpo luxúria ou carinho
Sonho novamente com o mar
No serão frio e sem brilho do luar
Viro-me dormente na cama estreita
Aguardo o Sol que não espreita
Fecho de novo os olhos e sinto dor
Pode ser da doença ou do amor
Já nem a madrugada me acalma
E não amanhece na minha alma
Tropeço na realidade e desperto
Confundo o provável com o incerto
Aqueço o meu espirito com ilusões
Espero pelo culminar dos corações
Tento entender o meu triste fado
Ser homem pretendido e desejado
Mas apodera-se de mim a emoção
Estou órfão de desejos e de paixão
© Afonso Domingues
SEREI O TEU SONHO
Não quero ser apenas um qualquer
Serei o desejo que a tua alma quiser
Vou acarinhar teus sonhos e fantasias
Participar nas tuas ambições e alegrias
Velejarei por esse Oceano imenso
Surfando pelo teu desejo mais intenso
Viverei até o teu doce sorriso findar
Porque é dele que eu vivo para amar
Trarei a luz e a cor ao teu doce
olhar
Serei o teu apoio até o Universo acabar
Proteger-te-ei sempre no meu espaço
E beijarei os teus lábios num abraço
Só pretendo ser o motivo e a razão
Ver no teu rosto a magia e a satisfação
Coroar com beijos o teu corpo perfeito
E sentir o coração a bater no teu peito
Vem comigo beber na nossa nascente
Saboreia o meu desejo louco e inocente
Vamos passear juntos pela nossa calçada
Com a magia das estrelas e de mão dada
Quero-te dar o Mundo que sonhaste
Surfar as ambições que tu abraçaste
Porque para ti serei a vida e a emoção
Esperarei por ti com toda a paixão
A vida será feita de exultação e
alegria
Seremos os donos da paz e da harmonia
Serei a frescura do riacho e serei teu rio
E serei este homem que te sorrio
© Afonso Domingues
FÉRIAS EM PAIXÃO
Todos ambicionamos amor e férias
Após um ano de repisadas misérias
Um interregno de conforto e calma
Uma dose de vitaminas para a alma
O campo e o mar os vários destinos
Tempo curto e adverso de desatinos
Num espaço de poupanças e tostões
O alforge cheio de ideias ou ilusões
A partida carrega uma alegre beleza
E na bagagem de regresso a tristeza
Novos conhecimentos são amizades
Um todo que no final gera saudades
A bela mulher elegante e bronzeada
Passeava ao fim da tarde na enseada
Com seu sorriso gracioso e radiante
E nunca foi visto marido ou amante
Que importaria aliança e casamento
Pois eu partiria a qualquer momento
Apenas restaria a memória e a visão
De uma impossível ou velada ilusão
Ao homem decidido tudo é possível
E nenhuma barreira será inatingível
Mas o cavalheiro move-se por amor
Nunca pelo simples prazer ou favor
E o mais inesperado pode acontecer
A divertida dama deu-se a conhecer
Simples gesto de delicada educação
Transformaram as férias em Paixão
© Afonso Domingues
ALMAS QUE CATIVAM
Brindemos à vida repleta de alegria
Aos instantes de prazer e de magia
À sabedoria que nasce com a idade
E aos momentos de pura felicidade
É saudável extravasar sentimentos
Relembrar e reviver outros tempos
Caminhar pelos prados verdejantes
E voar pelas fantasias dos amantes
O carácter é um cúmplice da beleza
E a ternura é uma constante certeza
São gestos açucarados com emoção
Almas que cativam o nosso coração
Há atitudes que nos alegram a alma
Palavras que nos transmitem calma
Pessoas que nos indicam o caminho
Que nos enchem de afecto e carinho
A ternura é outra amiga da saudade
E sente-se sem vergonha ou vaidade
Fica-nos eternamente na lembrança
Oferece-nos motivação e esperança
Há quem nos acaricie com um olhar
Com deliciosos sorrisos de encantar
E há quem nos abrace sem nos tocar
Também há quem nos apeteça amar
Respiramos um mar de simplicidade
Bebemos delicadeza e cumplicidade
Estas atitudes sentidas com emoção
Inundam-nos de êxtase e de paixão
© Afonso Domingues
SABOREANDO A VIDA
Adormeci no teu
sorriso e no teu olhar
Recordei os momentos
do nosso amar
Desliguei insónias e
ruins lembranças
E preenchi a noite
com fé e esperanças
Despertei dos sonhos e do meu dormir
E fui observar o
horizonte no teu sorrir
Vi a tua silhueta e
uma perfeita doçura
E senti renascer em
mim muita ternura
A magia da minha
loucura voltou à rua
Saiu somente trajada
com a luz da Lua
As estrelas em redor
brilham saudades
E até os astros nos
desejam felicidades
Eu não te vejo nem
não te posso sentir
Contrariedades que
não podemos fugir
Assim vou vestir-me
de vento e de mar
E serei a doce brisa
para te poder tocar
Quero viver eternamente essa emoção
Ter-te num abraço e
sentir teu coração
Aceitar esta paixão,
seja um desejo teu
Possuir o teu amor o
maior desejo meu
O Mundo vai pobre e carente de Amor
Definha cinzento de
simpatias e de cor
Só a saúde me poderá
apagar da razão
E deixar-me órfão em
alegria e emoção
Desejo-te como nunca
outrora desejei
Como ímpar mulher
que sempre amei
Quero preservar nossa
paz e harmonia
Saborear nossa
existência, dia após dia
© Afonso Domingues
DOCE CHUVINHA
Desces dos céus em fios emaranhados
Entre ritmadas melodias teus bailados
Teces lençóis que se abanam ao vento
Tingindo num quadro um dia cinzento
Embalas-me no
afecto da tua cadência
Desfaleço pelas brumas da sonolência
Bates ao de leve na janela envidraçada
Mergulho no infinito até à madrugada
Viajas em
nuvens que vem de noroeste
Dás de beber ao Mundo seco e agreste
De leves gotinhas a riachos apressados
Engrossas o caudal por serras e prados
Reclama-se pelo
Sol que tarda a sorrir
Esperança e penumbra até o dia partir
Dos cumes das montanhas até ao mar
Onde já ninguém te aceitará pra casar
Humedecem teus
cantos com a língua
O desespero de tanto tempo à míngua
Tolda-se o espírito com o lascivo vigor
E um arrepio na pele expelindo fervor
Restam
memórias de belos momentos
Um conforto de sonhos e pensamentos
Surge uma fresta de brilho e de paixão
As almas reflorescem de desejo e razão
Entre devaneios
abafados e libidinosos
Soam gemidos ritmados e estrondosos
Em relâmpagos de luz e muita emoção
Trovoadas ruidosas e amor no coração
© Afonso Domingues
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