Brisas de Paixão
Capítulo I
QUANDO MAIS CHOVE MAIS APETECE ESCUTAR
© Afonso Domingues
DESEJO SENTIR-TE
Vem dai, quero sentir-te. Já não tarda o fim do dia ...!
Carrega o sonho dos meus desejos e transforma-os em melodia
Talvez os anjos ou arcanjos se lembrem e tragam alegrias à gente
Para podermos perseguir as sombras que dançam à nossa frente
Como um mapa antes duma viagem, num ritmo célere e medonho
Perseguindo as variações do Sol através da magia do nosso sonho
Porque afinal és tu quem desenha os emocionantes mapas no meu peito
Com a régua e o esquadro do teu doce sorriso e a beleza desse teu jeito
Já as almas
se cruzam nas mãos onde nós fazemos raízes da nossa sede
Como uma teia de sentimentos todos juntos e entrelaçados numa rede
Não tenho outra ambição senão pressentir-te como o piscar dos pirilampos
Voando eu mesmo sem ter asas, através dos devaneios e dos campos
Desejo
sentir-te nas brisas que sopram na minha direcção navegando o mar
Pelo calor dum quase beijo, no toque daquilo que penso ou num simples olhar
É uma saudade que me embriaga, que me deixa em transe e desgovernado
Sim de ti, Meu Amor, que me colocas nos teus olhos, como um eterno amado
O tempo urge
num longínquo Pôr-do-Sol, como um palpar da imaginação
Sem que tenhamos possibilidade para ensaiar ou repetir a nossa canção
Vem comigo, vamos percorrer o infinito e voar através das constelações
Para assim podermos viver ou morrer neste emaranhado de emoções
É distante,
mas também é maravilhoso... Sentir-te sim, sempre sim
Com o teu sentido apurado e tão desperto ... somente fixado em mim
Mesmo sem querer perceber ou vislumbrar, o quanto dista da razão
São pensamentos constantes é o deslumbramento deste meu coração
Não sei o
que seria de mim, se não tivesse a tua paixão e cumplicidade
Seria apenas outro eu, sem alegria de viver e com indefinida identidade
Jamais poderia abraçar o teu ser e o teu corpo poder percorrer e beijar
Passaria uma triste existência e seria mais um desalojado sem amar
© Afonso Domingues